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O que fazer quando a empresa dos sonhos vira pesadelo

Como lidar com a frustração e o desânimo coletivo após reestruturações que causam a perda de benefícios e tornam o clima pesado

Por Melissa Diniz
Atualizado em 5 dez 2020, 19h12 - Publicado em 19 jun 2018, 17h00

A crise financeira e as mudanças na lei trabalhista são algumas das causas mais frequentes das reestruturações que podem culminar na perda de benefícios para os funcionários. Em situações assim, é comum que os novos contratados sejam pegos de surpresa pelo desânimo coletivo.

Para evitar esse cenário, uma das ferramentas mais poderosas que as companhias têm é reforçar ações de transparência, como a comunicação interna mais frequente e com alcance em todos os níveis. “Isso evita o clima de incerteza e, consequentemente, o aumento da rotatividade de pessoas, que pode trazer impactos negativos para a imagem corporativa e gerar custos desnecessários com novos processos de seleção, treinamento e desligamento”, afirma Celso Bazzola, diretor-executivo da consultoria de RH Bazz, em São Paulo.

Para os candidatos que buscam uma colocação, a orientação para não se decepcionar com o ambiente corporativo após a contratação é pesquisar informações atualizadas sobre a companhia dos sonhos, porque muitas delas vivem de um passado glorioso e um presente nem tanto. “É comum que, no processo seletivo, o candidato romantize a empresa, especialmente se for aquela na qual ele sempre quis estar”, diz Marcia Vazquez, gestora de capital humano na consultoria Thomas Case & Associados, em São Paulo. “Mas, embora existam desejos, aspirações e sonhos, a escolha de um emprego deve ser baseada em critérios racionais e estar em consonância com o plano de carreira”, diz.

Mesmo reunindo dados que ajudam a tomar decisões melhores, nenhuma delas terá garantia contra frustrações. “Aceitar um emprego novo envolve um risco, porque somente a vivência diária dará ao funcionário a oportunidade de ver como de fato é a rotina”, afirma Rosa Krausz, diretoria científica e de formação da Associação Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial (ABRACEM).

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A tendência do ser humano é mesmo fantasiar. Isso acontece nos relacionamentos e também no trabalho. “Idealizar sempre leva à frustração, porque a realidade nunca corresponde a 100% das expectativas”, diz Rosana Daniele Marques, gerente de Recursos Humanos da consultoria Crowe Horwath, em São Paulo. Portanto, faz parte da vivência no novo trabalho passar por um processo de desconstrução que envolve perdas – e ganhos. É nesse momento que o funcionário começa a fazer o balanço para avaliar se a companhia é um bom lugar para seguir carreira.

Quem já faz parte do quadro de uma empresa que atravessa tempos difíceis precisa de um esforço extra para manter a motivação ou avaliar com clareza uma mudança de rumo. É que ambientes depressivos, com falta crônica de reconhecimento, pessimismo e insatisfação, tendem a envolver até mesmo os otimistas e resilientes. “Reclamações contaminam os pensamentos e nos impedem de ter uma visão realista da situação e do ambiente”, afirma Rosa Krausz. “Pessoas que trabalham no que gostam e acreditam no que fazem podem se manter imunes ao desânimo coletivo, mas correm o risco de ser marginalizadas num local em que o padrão é a insatisfação.” Para vencer a situação, Rosa sugere uma estratégia: ouvir muito e falar pouco. “Participar das fofocas é se colocar em posição de fragilidade”, diz. “Ter uma postura de flexibilidade é a melhor saída.”

 

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Ficar ou sair?

Dependendo do nível de descontentamento, sair do emprego é algo a se considerar. Isso acontece principalmente nos casos em que as medidas adotadas pela empresa batem de frente com as crenças pessoais do empregado. “Sempre que há divergências de valores e o profissional percebe que não há chances de reverter o quadro, o melhor é avaliar a busca por outra oportunidade”, afirma Celso Bazzola.

Quando a relação com a empresa está ruim a ponto de impactar o emocional, também é necessário avaliar melhor a permanência na função. Mas é preciso ter um plano B e uma reserva financeira e, antes de tomar a decisão, tentar um diálogo com o líder ou o setor de RH. “Conversar na empresa é importante, porque, algumas vezes, a situação crítica envolve apenas um setor”, diz Rosana Marques. “Um diálogo aberto pode permitir uma transferência de área e resolver a questão.”

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Para Marcia Vazquez, vale também procurar a ajuda de um coach ou de um terapeuta para tentar ressignificar a experiência: “O importante é não tratar a frustração de maneira solitária, porque, assim, você continua com um único ponto de vista: o seu”.

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