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O que as startups têm a ensinar sobre gestão

Essas companhias jovens com crescimento exponencial podem ensinar muito sobre liderança e condução dos negócios

Por Katia Cardoso
Atualizado em 5 dez 2020, 19h12 - Publicado em 1 mar 2018, 05h00

Elas chegam ao mercado com apetite voraz e necessidade de fazer o negócio dar certo. Para isso, não medem esforços nem economizam estratégias. O que pouca gente sabe é que, nesse caminho, as startups têm muitos ensinamentos para compartilhar.

Marco Túlio Zanini, professor da FGV/RJ, diz que o principal é capacidade de realizar. “Além da inovação, as startups assumem riscos e respondem rapidamente às mudanças do mercado”, “Se há algo que as grandes companhias deveriam copiar é o espírito empreendedor e a autonomia que suas equipes têm para decidir.” A seguir, quatro fundadores de companhias desse tipo revelam os segredos de gestão que os ajudaram a alcançar o sucesso.

 1. Ouça (realmente) o seu cliente

Parece óbvio, mas não é. Gabriel Braga, CEO e cofundador da QuintoAndar, startup especializada na locação de imóveis residenciais que cresceu cinco vezes no último ano, explica que muitas empresas realizam pesquisas de mercado para ouvir os clientes, mas nem sempre fazem isso de forma adequada. A QuintoAndar usa ferramentas como a NPS (Net Promoter Score), métrica que mede a satisfação dos consumidores, e o User Testing, que são testes controlados. Portanto, todos os dias a opinião de quem interage com a empresa por telefone, e-mail e redes sociais – seja crítica ou elogio – é divulgada internamente em tempo real. No caso do User Testing, os clientes são convidados a experimentar protótipos de produtos. “Observamos como interagem e tudo é gravado para ser analisado e corrigido depois”, diz.

2. Decida com autonomia

Na Love Mondays, plataforma que agora faz parte do grupo mundial Glassdoor e na qual os profissionais avaliam as empresas nas quais trabalham, valoriza-se ter atitude de dono. Luciana Caletti, CEO e cofundadora da startup, diz que os outros valores são: transparência e integridade, além de aprendizado constante. “Aqui, as pessoas atuam fora da zona de conforto. Então, precisam ter atitude de dono”. Essa lição foi aprendida na prática por Tallis Gomes, fundador da Easy Táxi e da Singu, aplicativo de serviços de bem-estar. Ele era o tipo de chefe que mandava, mas colocava a mão na massa porque não tinha paciência para esperar. “Executava as tarefas que delegava e, muitas vezes, não era da melhor maneira”, afirma. Como havia liberdade de expressão, coube a um estagiário mostrar isso a ele. “Aprendi a lição”. Nos quatro anos de Easy Táxi levou a dica a sério. “Todos passaram a ter mais autonomia no trabalho e metas. Isso se repete na Singu”.

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Na QuintoAndar, o jeito encontrado foi organizar a empresa em squads multidisciplinares, que nada mais são do que pequenas equipes com foco na solução de um problema. “Se a liberdade não for combinada com uma boa dose de colaboração, teremos um monte de gente tomando decisões contraditórias. Por isso, os squads atuam como ministartups”.

3. Aposte na diversidade e fale com todo mundo

Em uma equipe, você nem sempre vai chegar ao consenso. E isso é ótimo. A diversidade de opiniões pode ajudar a ver as coisas por um novo ângulo. Por isso, é importante ter pessoas com coragem suficiente para lutar pelo que acreditam, sem receio de contrariar o chefe. E o líder deve estar preparado para deixar as coisas fluírem. E, claro, ninguém faz nada sozinho, como afirma Tallis Gomes. “Construímos uma cultura fantástica na Easy Táxi, pois era a empresa que todos tinham orgulho de trabalhar”, relembra. Lá, ele aprendeu a lidar com investidores, taxistas e todo tipo de profissional. “Lidei diretamente com pessoas de 35 culturas diferentes. Conheci muita gente, que é meu mentor até hoje”.

 4.Tenha metas e objetivos claros

Saber a direção e o que fazer é essencial em qualquer negócio, principalmente e quando algo dá errado. Victor Varandas, cofundador da GoFinder, plataforma criada para facilitar a recolocação no mercado ao fazer a pesquisa de vagas para o candidato, que o diga. “Imaginamos que haveria uma forma automática de realizar a procura por vagas, mas não há. Aproximadamente 90% do nosso trabalho ainda é manual”. Quando começaram a desenhar o projeto, há dois anos, não tinham ideia disso. Algum tempo e vários ajustes depois, a empresa foi lançada. Em um mês, eles atingiram 2 000 clientes, número que eles imaginavam alcançar quatro meses depois.

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Mais específico ainda é o aprendizado da QuintoAndar. Braga diz que eles usam o método Objectives and Key Results (OKRs), do Vale do Silício, disseminado pelo Google e seguido pelas startups. Consiste em definir um objetivo ambicioso (shoot to the moon) para engajar as pessoas em torno de metas mensuráveis. Só vai funcionar se a empresa tiver a mentalidade de assumir riscos. “Inovar implica experimentar e envolve errar”, fala. Mas se o emprego estiver em jogo, a tendência é propor objetivos menos ousados e mais fáceis de atingir.

5. Treine suas equipes

Os executivos são unânimes em afirmar que treinamento é fundamental. Como as startups nem sempre dispõem de uma estrutura de RH formal, é comum o próprio funcionário planejar sua trajetória na empresa. É o que ocorre na Love Mondays, por exemplo. Isso dá mais flexibilidade e agilidade para os profissionais conhecerem as lacunas de sua formação e, então, buscar cursos que possam supri-las. Outra iniciativa da empresa é o Market Update. A cada duas semanas, um funcionário escolhe um tema inovador em sua área (pode ser gestão ou uma nova ferramenta) e apresenta à equipe. As mais interessantes são avaliadas e até podem ser implantadas, se tiverem relação com o negócio.

 

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