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Recrutador revela as mentiras mais frequentes no seu dia a dia de trabalho

Diário do recrutador: gerente da Page Personnel diz quais lorotas mais contadas por quem busca emprego (e por quem contrata)

Por Camila Pati
Atualizado em 5 dez 2020, 20h57 - Publicado em 12 dez 2018, 14h00

São Paulo – Compulsivos ou de ocasião, é fato (e, não, fake news) que mentirosos e pessoas antiéticas infectam ambientes em todos os setores da economia.

Há quase uma década entrevistando candidatos em busca de emprego e de olho no que acontece no mercado de recrutamento, Lucas Oggiam, gerente executivo da Page Personnel, já soube, viu e ouviu toda espécie de mentiras de um lado e de outro do balcão.

As fake news do mercado de trabalho, segundo Oggiam, estão nos currículos, na boca de candidatos em entrevistas de emprego, na estratégia antiética de empresas e na falta de coragem de entrevistadores de dizer a real para quem é cortado de um processo seletivo.

Confira as mentiras que o recrutador vê e escuta com mais frequência:

Empresas:

Vagas falsas:

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“Desde que comecei a atuar no mercado de recrutamento, ouço sobre e vejo empresas e consultorias que divulgam anúncios de vagas falsas para criar banco de dados. Acontece muito no mercado”, diz Oggiam.

O objetivo por trás dessa estratégia pode ser também mapear o mercado, verificar as pretensões salariais e benefícios. “Do lado das empresas, essa é a mentira mais crítica”, diz.

Ele alerta para o fato de que existem alguns aproveitadores que divulgam informações falsas de empregos para obter dados pessoais dos candidatos e, posteriormente vendê-las, para golpistas.

Feedback:

Feedbacks consistentes e verdadeiros sobre a razão por que um candidato foi eliminado de um processo seletivo são raros. “É um tema delicado, as pessoas não lidam bem na nossa cultura”, diz.

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Questões técnicas são mais fáceis de serem transmitidas com objetividade, mas ainda sim, há recrutadores que preferem não dizer aos candidatos a verdade quando avaliam que seu nível de inglês deixou a desejar numa entrevista, por exemplo.

Oggiam diz também que raramente o candidato vai ouvir que durante o processo seletivo não conseguiu demonstrar boa capacidade de relacionamento interpessoal ou que o cliente contratante não se identificou com ele.

 

Candidatos:

Motivo da demissão:

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“Em oito anos entrevistando candidatos, só uma pessoa me disse que havia sido demitida por performance ruim”, diz Oggiam.

Em vez disso, ele ouve quase sempre sobre reestruturações de equipes e cortes na hora em que profissionais justificam motivos de dispensa. “É a explicação mais comum, sobretudo depois de 2014”, diz.

Bons entrevistadores investigam o motivo da performance de um profissional não ter atingido o esperado em função. “Mau desempenho não é sinônimo de incompetência, vale examinar, pode ser uma questão situacional. Faz parte da vida”, diz.

Profissionais sinceros sempre somam pontos com Oggiam. “Há um ganho de intimidade”, diz. A quebra de confiança quando a omissão ou mentira é descoberta significa o fim da linha para qualquer candidato que esteja participando de um processo seletivo.

Salário:

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Aumentar o valor do contracheque é uma estratégia tão antiética quanto comum no mercado, segundo o recrutador. E o pior: é uma das mentiras mais difíceis de se descobrir, ainda mais, quando o profissional recebe como pessoa jurídica (PJ).

“Ninguém abre valor e, por ser mais difícil de checar, há profissionais que se sentem à vontade para dizer que ganhavam mais”, diz Oggiam.

Diplomas, certificados

“Papel e teclado aceitam tudo. É que poucas empresas checam as informações mas, se todo mundo verificasse as informações, o número de pessoas pegas mentindo seria bem maior”, diz Oggiam.

Ele conta de um candidato sem a formação acadêmica exigida que achou que a falta do diploma não seria descoberta. “Ele tinha competências técnicas e comportamentais, mas não tinha terminado o curso”, diz. Descoberto, foi cortado da seleção, obviamente.

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Certificados inventados, informações falsas sobre carga horária de cursos, extensões e até intercâmbios que nunca ocorreram são também táticas usadas por profissionais de má-fé para se destacar no processo.

Competências

Há quem aumente e há, sim, quem invente habilidades na esperança de nunca ter que comprová-las no ambiente de trabalho. Quem toma esse caminho geralmente não se sustenta quando é testado no detalhe.

Situações relatadas por Oggiam vão do nível de domínio de um idioma a experiências de liderança em projetos duvidosos. “O candidato colocar que tem nível de inglês avançado, mas travar na hora da conversa no idioma é o exemplo  mais comum de situação em que se potencializa um quesito técnico”, diz.

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