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Mercado em ebulição: cannabis medicinal e academia se aproximam (de novo)

Curso da Estácio sobre uso clínico de canabinóides abre turma em modalidade inédita e pode expandir

Por Camila Pati
Atualizado em 12 mar 2021, 12h23 - Publicado em 10 ago 2020, 16h00

São Paulo – A segunda edição do primeiro curso da Estácio de aplicação na medicina de remédios à base de cannabis está com inscrições abertas e será realizada online com transmissão ao vivo pela internet, neste ano, por conta da pandemia de coronavírus.

No ano passado, a primeira turma do curso  teve aulas em São Paulo e a capacitação é uma parceria com a Greencare, uma das empresas que lideram o mercado de medicamentos à base cannabis medicinal.

O interesse em trazer a discussão para a universidade partiu da Estácio, segundo Silvio Pessanha Neto, gestor nacional de Medicina do Grupo Estácio e médico neurologista.  “O ineditismo desse curso é justamente a discussão estar vinculada a uma universidade. É diferente de uma apresentação feita por um laboratório sobre um produto para um grupo de médicos com o simples objetivo de mostrar seus benefícios”, diz Silvio.

Ao ir além de apresentar o tema, dá foco a uma evolução médica e proporciona a oportunidade de encontro entre a pesquisa clínica, a indústria e os profissionais médicos interessados no tema, sem viés comercial.

Em dezembro de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a venda no país de produtos à base de cannabis para uso medicinal no Brasil, mediante prescrição médica. Os fitocanabinóides – principalmente o canabidiol [CBD] e o tetrahidrocanabinol [THC] – têm sido indicados para diferentes doenças, como epilepsias, autismo, dores crônicas, distúrbios de ansiedade.

Mas a cannabis ainda pouco conversa em termos científicos com os estudantes de medicina mesmo que as evidências e pesquisas já tenham robustez, sobretudo, na aplicação em patologias que ainda não têm controle por outras medicações.

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Esse curso de extensão foi o primeiro a trazer o tema e uma instituição aprovada pelo MEC. “Além das evidências do uso de fitocanabinóides nas práticas clínicas, artigos mais recentes, vamos também falar da questão regulatória, últimas publicações da Anvisa, controle no Brasil”, diz.

As turmas divididas em 20 e 25 alunos voltam a ser presenciais nas próximas edições, segundo Silvio voltam à modalidade presencial no ano que vem e poderão ser oferecidas no Rio de Janeiro, além da capital paulista. Por conta da demanda, diz o executivo da Estácio.

O mercado da cannabis medicinal não cresce não está em crescimento, diz a head de marketing da Greencare, Andrea Chulam. “Está em ebulição”. A expectativa é de uma movimentação bilionária nos próximos anos no Brasil: da ordem dos 4,6 bi de reais em três anos.

A pandemia não afetou o crescimento da Greencare. “ Continuamos crescendo” e ela enxerga no crescimento de distúrbios de ansiedade por conta da quarentena, crise e receio de contrair Covid-19 um possível aumento da demanda por produtos com canabidiol. “Solução eficaz, segura, com poucos efeitos colaterais”, diz.

5 mil médicos por mês visitados

Para expandir, a empresa aposta na estratégia de educação da comunidade médica e chega a visitar mais de 5 mil médicos por mês, compartilhando estudos clínicos sobre a aplicação

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Atualmente, mais de 1,5 mil médicos recomendam medicamentos à base de canabinóides, em 2018 eram 200 médicos. “ Nosso desafio maior mesmo é realmente trazer a informação científica para os médicos”, diz Andrea.

A neurologista Christina Funatsu Coelho, professora de neurologia por 20 anos na Santa Casa, já estudava a aplicação clínica de canabinóides desde 2017 e tinha algumas prescrições e fez o primeiro curso oferecido pela Estácio.  “ Minha aplicação principal eram pacientes que não respondiam a tratamentos habituais clássicos e com comprometimento da qualidade de vida, de acordo com os sintomas”, diz.

O fato de ser direcionado ao público específico de médicos e ter a chancela de uma universidade foi o que atraiu.

Epilepsia, na área neurológica, é o tema que mais têm atenção em relação ao tratamento com canabinóides. “Temos uma base científica considerável, mais citada e mais recorrente”, diz.

Christina ainda vê o conservadorismo da classe médica, mas diz que não é apenas em relação à aplicação clínica de canabidiol. “São médicos, em geral, conservadores em todos os tipos de tratamento. É um público menor, mas é num perfil”, diz.

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