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Sanções brandas contra a Rússia animam o mercado

Petróleo russo e grandes instituições financeiras de lá não entram no pacote de retaliações de Biden. Se ficar nisso, a crise terá um baixo impacto para a economia global.

Por Alexandre Versignassi, Guilherme Jacques
23 fev 2022, 08h25

O petróleo entrou em rota de queda após Biden anunciar suas primeiras sanções econômicas contra a Rússia. Nesta manhã, o Brent caía 0,5%, para a casa dos US$ 96, depois de ter chegado pertinho dos US$ 100 ontem.  

Pudera. Havia a expectativa de que a resposta à invasão russa seria um embargo ao petróleo do país, o segundo maior exportador da commodity, atrás apenas da Arábia Saudita. 

Este é o top 5, by the way (entre parênteses, a porcentagem sobre o total de óleo exportado):

  1. Arábia Saudita: 17,2%
  2. Rússia: 11%
  3. Iraque: 7,7%
  4. EUA: 7,6%
  5. Emirados Árabes: 7,2%

O Brasil, só para citar, é o 12º, com 3%. 

Tirar a Rússia da jogada seria uma bomba atômica sobre a economia global. E os EUA respondem por 25% do PIB terráqueo. Logo, a Casa Branca achou melhor não apertar o botão vermelho, ao menos por enquanto.  

As instituições financeiras da Rússia foram poupadas também. Os EUA cortaram relações com dois bancos do país, o VEB Bank (uma espécie de BNDES deles) e o Banco Militar. Nenhum dos dois faz parte da lista dos maiores bancos do país. 

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Outro temor era o de que a Rússia fosse barrada do SWIFT, o sistema global de transferências interbancárias. Não foi. A medida mais firme foi impedir a negociação de títulos da dívida pública russa no mercado americano.

Com isso, os futuros nos EUA amanheceram em alta. Por aqui, o fluxo de dinheiro gringo segue garantindo um desempenho fora da curva ao Ibovespa, e pressionando o dólar para baixo da casa dos R$ 5.  

Boa quarta.  

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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Futuros S&P 500: 0,62%

Futuros Nasdaq: 0,92%

Futuros Dow: 0,54%

*às 7h59

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Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,14%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,43%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,89%

Bolsa de Paris (CAC): 1,22%

*às 7h59

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,07%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,71%

Hong Kong (Hang Seng): 0,60%

Commodities

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Brent: -0,45%, a US$ 96,40*

*às 7h57

Agenda

9h – IBGE divulga o IPCA-15 de fevereiro.

10h30 – Receita Federal divulga os números da arrecadação federal em janeiro.

14h30 – Tesouro divulga o relatório da dívida pública de janeiro.

17h – Presidente Jair Bolsonaro participa de evento do banco BTG Pactual.

market facts

Corte no IPI

Paulo Guedes disse em um evento do BTG que o governo está se preparando para um corte de 25% no IPI, o imposto cobrado sobre os produtos industrializados. A ideia é que apenas cigarros e bebidas fiquem de fora da medida. O estímulo econômico reduziria a arrecadação em R$ 20 bilhões por ano – custo que seria dividido entre a União e os estados e municípios. Uma redução do IPI não precisa ser votada pelo Congresso: basta um decreto presidencial. De qualquer forma, Guedes não disse quando o corte deve ser efetivado.

Primeiro balanço do Nubank depois do IPO

O Nubank divulgou o seu balanço do quarto trimestre de 2021, o primeiro após o IPO na Nyse. O banco anunciou um prejuízo de US$ 66,2 milhões no período. E o dado é positivo: representa 36% a menos que o anotado no 4T20 (US$ 103,7 mi). Já a base de clientes da fintech cresceu 61,9% na comparação anual, fechando o ano em 53,9 milhões.

Em termos anuais, aliás, a redução de prejuízo da fintech se mostrou mais tímida: US$ 165,3 milhões no ano passado ante US$ 166 mi de 2020 (0,4% a menos). 

Ontem, as ações do Nubank caíram 10,66%, a US$ 8,80, quase o preço de estreia na bolsa. Mas os resultados foram divulgados depois do pregão, e parecem ter empolgado: nesta manhã, os futuros dos papéis eram negociados a US$ 9,80 – alta de 11%.

Vale a pena ler:

Mais elétricos e menos água

A instalação da mega fábrica da Tesla nos arredores de Berlim está em risco. Motivo: falta de água na região para sustentar as operações fabris. No passado, Elon Musk chegou a debochar da possibilidade. Agora, enfrenta uma batalha contra autoridades e ambientalistas para poder acelerar a instalação, a grande aposta de Elon para concorrer com as montadoras europeias. Leia na Bloomberg.

Mens sana

Os transtornos de saúde mental são o terceiro motivo de afastamento do trabalho no Brasil. E o problema vem abrindo os olhos das empresas para a necessidade de investir em soluções – sejam programas internos ou propostos por consultorias. A Folha de S.Paulo ouviu especialistas sobre o tema. Leia a reportagem aqui.

Temporada de balanços

Antes do pregão, Gerdau. Após o fechamento do mercado, saem os resultados de Petrobras, GPA, Ultrapar, Isa Cteep, Minerva e Odontoprev.

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