Continua após publicidade

Mercado global ensaia virada. Bolsas operam em alta

O petróleo, grande responsável pelas baixas de ontem, começa a cair, diminuindo a pressão inflacionária. Europa e EUA já comemoram.

Por Juliana Américo, Alexandre Versignassi
29 set 2021, 07h53

Bom dia!

Com a queda de 3.05% ontem, o Ibovespa voltou no tempo para dezembro de 2020 – última vez em que o índice tinha marcado 110 mil pontos. E ela não caiu sozinha: a baixa foi global, com o S&P 500 registrando seu maior tombo desde maio (2,04%). 

Mas, no que depender de como anda o humor lá fora neste início de manhã, ensaia-se uma virada planetária.

Os índices futuros dos EUA estão em alta. Às 7h15, o S&P 500 subia 0,78%. O Nasdaq, 1,03%. E a Europa acompanhava, com Frankfurt, Londres, Paris operando bonito no azul (veja abaixo). 

Agradeça ao petróleo. O barril tinha subido 10% em uma semana, chegando aos US$ 80 pela primeira vez em 3 anos. A escalada criou um pânico generalizado com a inflação. Com inflação no radar, cresce a pressão para que os juros aumentem, já que não há outro remédio contra inflação. E com juros no alto, as bolsas sofrem – o pessoal foge das intempéries da renda variável para o quentinho da renda fixa. Mas… O barril passou a cair. 

Às 7h30, o Brent estava em -0.56%, a US$ 78,65. Isso deu uma sensação de alívio. Preços para baixo significam demanda mais fraca. E demanda mais fraca baixa a pressão para aumentos nos juros – posto que aumenta-se juros justamente para reprimir demanda.   

Continua após a publicidade

Também trouxe um certo alívio o novo episódio da série que está bombando na China, a da Evergrande. A construtora (na verdade, uma empresa estilo Tio Patinhas, que atua em muitos ramos da economia) anunciou que vai vender por US$ 1,5 bilhão sua fatia de 20% num banco chinês, o Shengjing. Isso traz alguma liquidez (ou seja, dinheiro vivo) para que a empresa honre seus compromissos financeiros no curto prazo. Nisso, as ações da megaempresa subiram 15%, ajudando a bolsa de Hong Kong (onde elas são negociadas) a fechar em alta. 

Bom meio de semana e vamos que vamos.

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: +0,78%

Futuros Nasdaq: +0,99%

Continua após a publicidade

Futuros Dow: +0,64%

*às 7h30

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): +1,19%

Bolsa de Londres (FTSE 100): +0,97%

Continua após a publicidade

Bolsa de Frankfurt (Dax): +1,13%

Bolsa de Paris (CAC): +1,18%

*às 7h30

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,02%

Continua após a publicidade

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,12%

Hong Kong (Hang Seng): +0,67%

Commodities

Brent: -0,56%, a US$ 78,65

*às 7h30 

Continua após a publicidade

Agenda

08h – A FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de setembro. A expectativa é de uma deflação de 0,43%.

9h30 – O Banco Central divulga as contas públicas de agosto. A projeção é de déficit de R$ 10,6 bilhões. 

10h – O Ministério da Economia divulga os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A projeção é de que foram criados 330 mil novos postos de trabalho em agosto.

market facts

Barrados no Cade

No início do ano, as operadoras de plano de saúde Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) anunciaram o seu plano de fusão. Tudo parecia estar certo, até a ANS aprovou a união das duas companhias há três meses. Mas o Cade está com um pé atrás. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica apontou que o acordo de fusão é “complexo” e que está preocupado de que a participação de mercado dessa futura empresa seja muito grande em algumas regiões, atrapalhando a livre concorrência. A instituição deve pedir mais informações às empresas sobre o processo de fusão e isso pode atrasar a decisão final de aprovação, que estava prevista para fevereiro de 2022. 

Energia verde

O Bradesco (BBDC3; BBDC4) e a Enel X, braço de energia renovável da companhia Enel, fecharam um acordo para a construção de nove usinas solares. A energia gerada irá abastecer, pelo menos, 300 agências do banco nos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Goiás pelos próximos dez anos. Ao todo, serão utilizados 18.550 painéis solares e a previsão é que as usinas comecem suas operações em junho de 2022.

Vale a pena ler:

Edifício fantasma

O Empire State Building é o maior símbolo de Nova York há quase 100 anos. O edifício, construído nos anos 1930, abriga empresas, lojas e recebe milhares de turistas todos os dias. Ou pelo menos era assim antes da pandemia. Agora, o prédio viu o número de visitantes cair de 1 milhão no segundo trimestre de 2019, para 162 mil no mesmo período deste ano. Além disso, parte das empresas locatárias decidiram fechar seus escritórios no prédio, que também enfrenta com o atraso nos aluguéis da empresa de calçados e roupas Global Brands Group. Ela é uma das maiores inquilinas no Empire State e deu entrada em pedido de falência em julho. Na Folha de S. Paulo.

Publicidade