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Inflação na Alemanha e balanço da Disney animam mercados nesta quinta-feira

Desaceleração nos preços na maior economia da Europa e plano de corte de custos na empresa do Mickey são bem recebidos; bolsas internacionais abrem em alta.

Por Bruno Carbinatto, Camila Barros
9 fev 2023, 08h27

 

Bom dia!

O presidente Lula viaja hoje aos EUA para seu primeiro encontro com Joe Biden. A reunião deve focar em temas como meio ambiente, direitos humanos e democracia – aproveitando os paralelos entre a invasão do Capitólio e a de Brasília –, e a agenda econômica deve ficar como coadjuvante. Com isso, a guerra entre o petista e o Banco Central deve (ou pode?) ter um hiato.

Não que ela esteja perto de acabar, é claro. A manchete do Estadão de hoje deixa isso claro: “PT vai ampliar pressão sobre BC para forçar mudança em política de juros”. Há quem, dentro do partido, defenda até a substituição de Roberto Campos Neto. A estratégia parece ser criticar o órgão para terceirizar a culpa de uma economia fraca, ainda que os juros altos sejam necessários para combater a inflação.

Enquanto isso, os ministros do governo seguem fazendo o papel de bombeiros. Ontem, foi Padilha quem apagou o fogo, afirmando que não há planos para rever a autonomia do BC – o que ajudou a colocar o Ibovespa em território de alta, na contramão de Wall Street.

Por aqui, o foco fica também fica em duas coisas: o aguardado balanço do Bradesco, depois do fechamento do mercado, e o IPCA de janeiro, às 9h.

Longe da novela brasileira, o mercado internacional acordou de bom humor hoje. As bolsas europeias vibram com dados da Alemanha: por lá, a inflação veio consideravelmente menor do que o esperado. Na comparação anual, o índice subiu 9,2% – uma desaceleração dos anteriores 9,6% e bem abaixo dos 10% esperados pelas projeções. De dezembro para janeiro, os preços subiram 0,5% (analistas esperavam um salto de 1,2%).

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É uma boa surpresa justamente um dia depois do BCE reiterar que não descarta novos aumentos nos juros para além do de março, praticamente garantido em 0,5 p.p. Hoje, dirigentes do BCE voltam a falar, às 14h e às 15h.

A temporada de balanços também ajuda no bom humor. A alemã Siemens AG e as britânicas Unilever e AstraZeneca divulgaram resultados que bateram as expectativas dos analistas e sustentam altas nas bolsas europeias.

Também é ancorada em balanços que Wall Street parece acordar com o pé direito. O destaque aqui é a Disney. O balanço divulgado ontem após o fechamento revelou que a empresa do Mickey ampliou o lucro em 11% na comparação anual, apesar da queda do número de assinantes do streaming Disney+. O que animou os investidores mesmo foi o plano anunciado de demitir cerca de 7 mil funcionários e reduzir custos em US$ 5,5 bilhões. As ações sobem quase 7% no pré-market desta manhã.

Agora, o foco fica no número de novos pedidos de seguro-desemprego, um dado que ajuda a medir a temperatura do mercado de trabalho americano. Esse é especialmente importante porque é o primeiro após o payroll astronômico da semana passada, que mostrou uma economia bem mais aquecida do que se esperava – a reacendeu medos inflacionários e de juros mais altos. Powell, presidente do Fed, manteve um tom otimista mesmo após essa notícia; ontem, porém, vários Fed Boys voltaram a trazer um discurso mais cauteloso. Agora, os dados falarão. 

Boa quinta-feira e bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 0,91%

Futuros Nasdaq: 1,32%

Futuros Dow: 0,75%

*às 8h14

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

A reestruturação da Marisa

Na quarta-feira, as ações da Marisa caíram 6,19%, cotadas a R$ 1,06. É que a companhia informou que contratou o banco BR Partners e a consultoria Galeazzi para ajudar nos processos de reestruturação de custos e renegociação da dívida –  que chegava a R$ 566 milhões no terceiro trimestre do ano passado. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão, o objetivo da empresa não é diminuir o valor, mas alongar o prazo de pagamento. 

E tem mais: no mesmo comunicado, a varejista anunciou a renúncia do CEO Adalberto Pereira dos Santos, que estava no cargo há só oito meses. No lugar, entra provisoriamente Alberto Kohn de Penhas, executivo acusado de insider trading em operações com papéis da empresa. Saiu também Marcelo Adriano Casarin, um dos membros do Conselho de Administração.

Em um ano, as ações da Marisa caem 66%. Desde o início de 2023, a queda é de 15%. 

Agenda

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9h IPCA de janeiro

10h30 Número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA

14h e 15h Dirigentes do BCE falam em eventos públicos

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,49%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,63%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,51%

Bolsa de Paris (CAC): -0,18%

*às 8h16

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,34%

Hong Kong (Hang Seng): 1,60%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,08%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: 0,43%, a US$ 85,46 o barril

*às 8h05

Minério de ferro: 2,62%, negociado a US$ 127,31 por tonelada em Dalian (China)

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Os garotos-propaganda da FTX

A FTX tinha em campo um time de peso fazendo propaganda de seus produtos. Eram nomes como o do ex-atleta de futebol americano Tom Brady, a tenista Naomi Osaka e o comediante Larry David. Teve até uma pitadinha de Brasil, com Gisele Bündchen divulgando os serviços da corretora de criptomoedas. Além de garotos-propaganda, essas celebridades se tornaram acionistas minoritários da companhia – e perderam uma grana boa quando o negócio desandou. Esta reportagem do Financial Times mapeia os famosos envolvidos com os negócios da FTX e explica como eles acabaram criando relações com a empresa. 

A rota do ouro ilegal

Um estudo conduzido por pesquisadores da UFMG identificou que, das 158 toneladas de ouro produzidas no Brasil entre 2021 e 2022, pelo menos 30% eram de origem irregular – ou seja, o metal foi extraído de terras em que a exploração é proibida. E parte desse ouro acabou sendo negociado no sistema financeiro. A CVM recebeu uma denúncia para investigar cinco Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs, instituições com as mesmas funções de uma corretora de investimentos) que estariam comprando o metal de garimpeiros ilegais para negociar em bolsa. A Folha conta essa história aqui

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EUA, antes da abertura: PepsiCo e Philip Morris

Brasil, antes da abertura: BB Seguridade

EUA, depois do fechamento: PayPal

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