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Fator Fed volta a assustar investidores americanos

Incerteza sobre o próximo passo do banco central americano coloca mercado em modo cautela (de novo).

Por Bruno Carbinatto
19 ago 2022, 08h22

Bom dia!

Foi uma semana agitada nas bolsas mundo afora, mas, hoje, os investidores enfrentam uma sexta-feira de agenda esvaziada. Na falta de novos indicadores, porém, voltam os fantasmas que assombram o mercado há algum tempo. No caso, a incerteza sobre o próximo passo do Fed, banco central americano, parece predominar hoje, com os contratos futuros americanos apontando para baixo.

Só ontem, dois membros do comitê americano, James Bullard (Saint Louis) e Esther George (Kansas City) tiveram falas que indicaram que o Fed não deve parar sua trajetória de altas tão cedo. O objetivo do banco central é colocar a inflação, atualmente em 8,5%, de volta aos 2%. E parece estar disposto a fazer isso mesmo que signifique colocar a economia americana em uma recessão.

O grande mistério é sobre o próximo aumento de juros, decidido pelo Fed em setembro. O mercado ainda não entrou em consenso se será um da mesma magnitude do último – 0,75 p.p. – ou se optará por um movimento mais brando, de 0,5 p.p. Essa incerteza não é tão comum – geralmente, o próprio órgão dá dicas dos seus próximos passos nas atas das reuniões. Mas o último documento do tipo veio fraco, sem grandes pistas, dando a impressão de que nem mesmo o BC americano sabe o que vem pela frente.

Muito mais do que falas pontuais dos dirigentes locais do Fed, que muitas vezes mais confundem do que de fato dão diretrizes assertivas, os investidores agora esperam o encontro anual do Fed em Jackson Hole, onde o banco central terá a oportunidade de passar uma mensagem mais clara e direta.

Por aqui, os investidores brasileiros também seguem acompanhando a novela americana, mas o Ibovespa já se mostrou capaz de descolar do humor gringo e subir por conta própria nessa semana. Na quarta, por exemplo, a valorização do petróleo ajudou a Petrobras, que conseguiu colocar o índice no azul mesmo com o mau humor em Wall Street.

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E o pregão de ontem mostrou que o dinheiro gringo voltou a entrar com força na bolsa brasileira, o que impulsiona, principalmente, os papéis considerados baratos após quedas recentes (em especial, ações do varejo e tecnologia). Nos primeiros meses de 2022, diga-se, foi o fluxo estrangeiro que sustentou altas robustas no Ibov mesmo com períodos de azedume em Nova York. A história volta a se repetir? A ver.

Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,96%

Futuros Nasdaq: -1,05%

Futuros Dow: -0,78%

*às 8h12

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Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,76%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,07%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,76%

Bolsa de Paris (CAC): -0,57%

*às 8h13

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Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,69%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,04

Hong Kong (Hang Seng): 0,05%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: -1,94%, a US$ 94,72*

Minério de ferro: -1,13%, cotado a US$ 100,75 por tonelada em Cingapura

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*às 7h58 

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Leilão dos aeroportos

No quesito movimentação em aeroportos brasileiros, Congonhas só perde para Guarulhos  – grande feito, já que só opera voos domésticos. Por isso, ele era considerado a  jóia da coroa da nova rodada de concessões de aeroportos, que aconteceu ontem na B3. Mas o terminal paulistano não brilhou o olho de muita gente. O grupo espanhol Aena Desarrollo Internacional venceu a disputa sem nenhum concorrente. Ainda assim, a operação foi um sucesso: arrecadou R$ 2,45 bilhões – 231,02% a mais do que o lance inicial mínimo, de R$ 740,1 milhões. Junto com Congonhas, o pacote leiloado concede mais 10 aeroportos distribuídos entre Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

O leite que não é mais leite

Os supermercados brasileiros têm presenciado a crise existencial de alguns produtos lácteos nas prateleiras: creme de leite virou “mistura de creme de leite”;  queijo ralado agora é “mistura alimentícia com queijo ralado”; doce de leite passou a atender por “doce de soro de leite sabor doce de leite”. 

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Algumas marcas estão adotando substitutos do leite na composição dos laticínios. O motivo? Reduzir os custos, já que o leite longa vida acumula alta de 57% no ano. A BBC Brasil explica esse fenômeno e os riscos nutricionais atrelados a ele.

Em busca do dinheiro perdido

Um grupo de ex-clientes da Celsius uniu forças online para arrecadar US$ 100,000 e contratar uma firma de advogados. Eles querem ser ressarcidos pelas perdas que tiveram depois que a empresa colapsou (e levou o mercado de cripto junto). Eles não estão sozinhos: clientes prejudicados por toda sorte de projetos de cripto fracassados estão em frenesi para recuperar o que perderam. E, agora que grandes escritórios de advocacia americanos entraram na jogada, talvez as empresas do setor de cripto tenham um problema. O New York Times explica aqui

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Dia de agenda esvaziada.

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