Continua após publicidade

Alívio na guerra Rússia x Ucrânia não traz paz para economia

Alemanha anuncia plano de três fases para lidar com o risco de falta de combustíveis. E joga bolsas no negativo.

Por Tássia Kastner, Guilherme Jacques
Atualizado em 30 mar 2022, 07h59 - Publicado em 30 mar 2022, 07h52

Os bombardeiros em Kiev até podem ter diminuído após o arremedo de acordo fechado entre Rússia e Ucrânia na terça-feira. Nesta quarta, o que continuou rolando foi a guerra no nível do chão. E a batalha econômica, claro.

Era madrugada no Brasil quando a Alemanha anunciou que trabalha em um plano de emergência para reduzir a dependência de gás e carvão russos. Por enquanto, o pedido é para que famílias e indústrias economizem tanto quanto possível, enquanto o governo faz um levantamento do estado dos estoques. O pedido chega junto com uma nova onda de frio no país, que eleva a demanda dos combustíveis para calefação, isso após um mês de março atipicamente quente e ensolarado.

O plano de contingência que levaria a um racionamento tem mais dois estágios, isso se de fato houver escassez dos combustíveis. A falta de combustíveis ameaça principalmente a indústria e ameaça a economia alemã, a maior da Europa.

Existe uma pressão dentro da Alemanha para que se interrompa as compras da Rússia, ainda que metade do abastecimento venha do país. O governo de Vladimir Putin deu uma ajuda nessa decisão ao tentar impor que os pagamentos sejam feitos não mais em dólar, mas em rublos – uma medida para manter o dinheiro fluindo no país, já que as sanções do Ocidente drenaram a capacidade da Rússia negociar com a moeda americana. A Itália sofre pressão semelhante, e os dois países têm alegado que essa é uma quebra de contrato.

A potencial crise alemã colocou o petróleo de volta em trajetória de alta nesta quarta, após dois dias de baixa. O barril do tipo Brent, referência internacional, avançava perto de 2% pela manhã, negociado na faixa dos US$ 112.

As bolsas caminham na direção inversa, com queda na faixa de 1,5% do índice alemão Dax. É o mesmo sinal dos futuros das bolsas americanas. No fundo, o medo é um só: que a guerra cause ainda mais inflação e abale o crescimento econômico.

Continua após a publicidade

Boa quarta.

Compartilhe essa matéria via:

Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,35%

Futuros Nasdaq: -0,53%

Futuros Dow: -0,30%

Continua após a publicidade

*às 7h43

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,01%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,01%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,45%

Continua após a publicidade

Bolsa de Paris (CAC): -0,94%

*às 7h41

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 2,90%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,80%

Continua após a publicidade

Hong Kong (Hang Seng): 1,39%

Commodities

Brent: 1,55%, a US$ 111,94*

Minério de ferro: 3,53%, a US$ 159,00, na bolsa de Cingapura

*às 7h40

Continua após a publicidade

Agenda

9h15 – EUA divulgam relatório de criação de empregos no setor privado em março

10h30 – Tesouro publica relatório da dívida pública mensal de fevereiro

14h30 – Tesouro divulga resultado do governo central. Expectativa é de déficit primário de R$ 16,20 bilhões em fevereiro. Às 15h, o secretário do Tesouro, Paulo Valle, fala sobre os resultados.

market facts

Avisa que é ela… a renda fixa

O número de investidores com dinheiro no Tesouro Direto alcançou o recorde de 1,9 milhão de pessoas em fevereiro. O crescimento foi de 27% na comparação com fevereiro de 2021. Natural. Nesse período de 12 meses, a Selic saiu de 2% para 11,75% – e a previsão é que continue avançando. Tanto que investidores voltaram a comprar o título mais simples, mesmo, o Tesouro Selic, que segue a taxa de juros. Em fevereiro, o papel representou 60% das vendas do Tesouro.

Vale a pena ler:

Problema de gente rica

Com a pandemia de Covid-19, as viagens em jatos executivos cresceram 40% nos Estados Unidos. O boom acentuou uma demanda que até já existia, mas não com tanta intensidade: a de hangares para que essas aeronaves estacionem. E, claro, há investidores de olho em sanar essa dor. Só que em algumas regiões, próximas aos grandes aeroportos, já não existem mais terrenos disponíveis para esse tipo de negócio. Leia no The New York Times.

Publicidade