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Acabou o gás, mas não faz mal – ou faz?

Rússia corta fornecimento para Polônia e Bulgária e Europa busca alternativas, mas ninguém no mundo se dispôs a aumentar a produção para barrar Putin.

Por Tássia Kastner
27 abr 2022, 08h04

Bom dia!

A Rússia anunciou o corte de fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária, após os países se recusarem a pagar em rublos pelo combustível. O governo de Vladimir Putin tenta receber pagamentos em moeda local após bloqueios financeiro impostos pelo Ocidente ao país, uma retaliação contra a guerra na Ucrânia, que já dura dois meses.

A retaliação chegou a levar a uma alta de mais de 23% nos preços dos gás durante a madrugada. 

O problema não está na Polônia e nem na Bulgária. O risco é de Putin mandar cortar o fornecimento de outros países da Europa, como a Alemanha. O Banco Central alemão estimou que um embargo energético ao combustível russo custaria € 165 bilhões ao país somente em 2022 – e uma queda de 5% no PIB. O mesmo valeria caso Putin decidisse fechar a torneira dos gasodutos, claro. A Alemanha é a maior economia do bloco europeu.

E não há sinais de que a demanda europeia seria suprida pelo resto do globo. Nos Estados Unidos, a disparada do petróleo para acima de US$ 100 o barril não surtiu o efeito esperado de aumento de produção. Segundo uma reportagem do The New York Times, investidores e empresas simplesmente não acreditam que esse patamar se manterá no longo prazo. Decidiram continuar extraindo a mesma quantidade de combustível do subsolo e lucrar mais com isso. 

No primeiro trimestre, o mercado financeiro projetava que o barril iria a US$ 150 ainda neste ano. Depois de beirar os US$ 130, a cotação cedeu de volta para os US$ 100, em parte pelos lockdowns na China.   

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Nesta quarta, o barril do tipo Brent sobe modestos 0,49% e as bolsas europeias ganham também ao redor de 0,50%, enquanto os futuros americanos aceleram. O sinal de crise está na queda do euro em relação ao dólar. A moeda comum opera no menor patamar desde 2017.

Só não se empolgue. A disparada do dólar de volta a R$ 5 torna essa queda do euro imperceptível para quem ganha dinheiro em reais.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

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Futuros Nasdaq: 0,90%

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*às 8h01

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,64%

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 2,94%

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Hong Kong (Hang Seng): 0,06%

Commodities

Brent*: 0,49%, a US$ 105,50

Minério de ferro: 1,43%, a US$ 141,05 por tonelada em Cingapura

*às 7h54

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Agenda

9h IBGE divulga IPCA-15 de abril, que serve como prévia da inflação oficial

12h Banco Central divulga fluxo cambial de março

13h Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursa em evento na Alemanha

market facts

Assim não, Elon

A compra do Twitter ainda não saiu formalmente. E o documento que a empresa enviou à SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA) mostra que Elon Musk ainda pode desistir do acordo. Pelo contrato, a multa para não levar a rede social é de US$ 1 bilhão. O valor representa 2,27% do total do negócio (de US$ 44 bi). Segundo fontes ouvidas pelo Financial Times, menos da metade do que pagam fundos de private equity para desistir de acordos de aquisição.

Vale a pena ler:

Duck u, iPhone

O The Wall Street Journal investigou porque temos a sensação de que o autocorretor do iPhone parece estar emburrecendo, coloca e erros e troca palavras à revelia. Em texto e vídeo (com direito a patos).

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WEG e Boeing divulgam resultados antes da abertura do mercado. Vale, Meta e Ford publicam seus números no final do dia.

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