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60% dos investidores apostam que Bitcoin cai para US$ 10 mil

Enquete da Bloomberg confirma pessimismo com o "inverno cripto", 24% dos investidores individuais e 18% dos profissionais consideram as moedas "lixo puro".

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 6 dez 2022, 08h23 - Publicado em 11 jul 2022, 15h25

Em maio, o Bitcoin começou um regime ambicioso: cair US$ 10 mil todo mês. E está seguindo à risca.

Veja só: a criptomoeda passou o começo do ano dançando em torno dos US$ 40 mil, com picos de US$ 45 mil e vales de US$ 35 mil.

Entre 4 e 11 de maio, com o colapso do TerraUSD, o primeiro tropeço: caiu 26% e estabilizou na faixa dos US$ 30 mil. Chegou o mês de São João e o dito-cujo rolou mais um andar escada abaixo: -24% na primeira quinzena, para estabilizar novamente em US$ 20 mil.

Será que chega em US$ 10 mil? A Bloomberg perguntou a 950 investidores, e 60% acham que sim. Os 40% restantes preferem acreditar que a moeda virtual volta para o patamar de R$ 30 mil.

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As respostas à enquete, colhidas entre 5 e 8 de julho, confirmam o clima deprimente que se instalou na ex-Disneylândia do dinheiro digital: as criptomoedas como um todo perderam US$ 2 trilhões em valor de mercado desde o finalzinho do ano passado. Esse é, inclusive, o assunto da nossa matéria de capa deste mês.

Esses US$ 40 mil do começo do ano já não eram tão vistosos em relação ao que o Bitcoin foi um dia. O último Everest no gráfico rolou em novembro de 2021, quando a moeda alcançou US$ 67,5 mil.

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Agora, vivemos o que a mídia convencionou chamar “inverno cripto”. Com direito a shade do Warren Buffet: “Se você me disser que tem todos os Bitcoins do mundo e me oferecer por US$ 25, eu não pego”.

Mesmo assim, investidores profissionais seguem relativamente confiantes nas criptomoedas (“só” 18% as consideram lixo puro, nas palavras da enquete) do que os investidores individuais (essa é a opinião de 24% deles).

32% dos profissionais e 27% dos individuais se declararam “mente aberta, porém céticos” em relação a Bitcoin, Ethereum e afins. As NFTs gozam, com razão, de ainda menos confiança. Apesar do entusiasmo, só 9% dos entrevistados as consideram oportunidades de investimento.

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A queda do Bitcoin, até certo ponto, reflete a alta dos juros nos EUA: com o governo pagando mais pelos títulos públicos, o dinheiro tende a sair dos mercados de risco – e as criptos são a epítome do conceito “mercado de risco”. Em suma, tudo indica que o inverno deve continuar gélido. E que os ursos não vão hibernar.

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