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Ser simples é o segredo para tomar decisões rápidas

Os gestores das grandes empresas precisam simplificar seus processos para ganhar agilidade, e reduzir a burocracia para decidir mais rapidamente

Por Eugênio Mussak
Atualizado em 17 dez 2019, 15h28 - Publicado em 5 jan 2015, 13h42

Eu estava de visita a amigos americanos na Venetian Causeway, uma ligação entre Miami e Miami Beach onde há seis pequenas ilhas com casas e alguns edifícios.

Da varanda do apartamento ­tem-se uma vista privilegiada do porto, e foi ali, bebericando uma margarita e observando as manobras dos transatlânticos, que eu tive uma percepção do que hoje costuma ser chamado de gestão moderna, tanto de empresas quanto de carreiras. 

As grandes empresas são comparadas a navios, pois são poderosas em sua força de tração e imponentes em sua grandiosidade, mas têm um ponto fraco: não conseguem mudar de rota, a não ser com imenso esforço e gastando um tempo precioso, muitas vezes fatal para sua competitividade.

Já uma empresa pequena é menos poderosa, mas tem flexibilidade para adaptar-se às mudanças do mar revolto do mercado atual. Uma pequena empresa funciona como um jet ski, que faz curvas sobre si mesmo, vira 90 graus sem diminuir a velocidade, para e arranca com agilidade desconcertante. 

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As grandes empresas invejam as pequenas pela capacidade de tomar decisões rápidas e implementar mudanças sem grande resistência, pela quase inexistência de burocracia, pela comunicação eficiente, pela leveza da estrutura e pela simplificação dos processos.

Não é necessário esperar a reunião estratégica anual nem a anuência do conselho para tomar uma decisão importante. Por outro lado, toda empresa pequena tem um sonho: tornar-se grande. O jet ski quer virar um transatlântico! 

Foi olhando para um imenso navio que eu percebi que é possível ser grande e conservar qualidades do pequeno. É que o gigante estava se preparando para zarpar e eu estava curioso para ver como ele faria a volta em um espaço apertado.

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Qual não foi minha surpresa ao vê-lo girar sobre si mesmo, valendo-se de jatos laterais especialmente adaptados em seus bordos, perpendiculares à rota de cruzeiro, permitindo manobras rápidas e eficientes.

Abusando da metáfora, as boas carreiras também têm “jatos laterais”, que são a percepção fina, o desenvolvimento permanente, a velocidade de resposta, a mobilidade, a criatividade e o inconformismo com o status quo.

Como andam os seus? Não vai me dizer que você está se transformando num grande e lento navio que observa inerte os jet skis passar zunindo por sobre as águas.

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