Fora do jogo: André Esteves sai da presidência e Moody’s rebaixa BTG Pactual para grau especulativo
Depois da prisão de seu presidente, André Esteves, o banco BTG Pactual enfrenta agora a fuga de investidores com o rebaixamento do grau de investimento
SÃO PAULO – A prisão do banqueiro André Esteves no último dia 25, seguindo as investigações da Operação Lava Jato, teve óbvio impacto negativo na companhia.
Ontem, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota do banco BTG Pactual de grau de investimento para especulativo. A nota (rating) de crédito do banco caiu dois degraus: passou de Baa3, última nota de grau de investimento, para Ba2, segunda nota do grau especulativo. A agência colocou o BTG em revisão para rebaixamento no último dia 25 e informou que mantém o banco em análise. Segundo a agência, o rebaixamento incorpora as dificuldades do banco em conservar a liquidez (recursos disponíveis), após a prisão do presidente do banco, André Esteves.
O mais recente desdobramento foi o anúncio da saída de André do controle da instituição financeira. André havia deixado a presidência do BTG Pactual na noite de domingo, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki ter convertido sua prisão temporária em preventiva. Agora, o controle societário do banco será modificado.
Em um comunicado de fato relevante, foi informado que os sócios Marcelo Kalim, Roberto Sallouti, Persio Arida, Antonio Carlos Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes vão criar uma holding para exercer o controle do BTG.
“A referida alteração de controle societário está sujeita a aprovação do Banco Central do Brasil, e maiores informações sobre a permuta serão oportunamente divulgadas”, informou o comunicado. André renunciou aos cargos de presidente do Conselho de Administração e de CEO em prol do BTG. A presidência do conselho foi assumida por Persio Arida, que indicou Marcelo Kalim e Roberto Sallouti como co-CEOs da instituição.
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André Esteves foi preso na quarta-feira passada, no mesmo dia que o senador Delcídio do Amaral, do PT, suspeito de tentar interferir no andamento das investigações da Lava Jato. André teria tentado convencer o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. A família do ex-diretor receberia 50 000 reais mensais para “recompensa”.