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Fundo ajuda empreendedores com doação de R$ 2 mil. Veja quem pode receber

Fundo Emergências Econômicas, iniciativa da coalização Éditodos, tem meta inicial de captação de R$ 1 milhão para ajudar quem está sem faturar

Por Camila Pati
Atualizado em 26 abr 2020, 11h54 - Publicado em 24 abr 2020, 12h23

São Paulo – O Fundo Emergências Econômicas, criado para socorrer financeiramente empreendedores das periferias brasileiras, atingiu 80% da sua meta de captação de R$ 1 milhão em menos de um mês. “Até meados de maio devemos finalizar essa primeira rodada. Por ser emergencial, trata-se de um fundo ‘vivo’. À medida que vamos captando já vamos selecionando empreendedores nas nossas redes para fazer o acompanhamento”, diz Fernanda Ribeiro, da Afrobusiness, uma das seis organizações que formam a coalização Éditodos, idealizadora do fundo.

Em foco está o ecossistema de empreendedorismo negro no Brasil, responsável por mais da metade dos pequenos negócios. O país tem 14 milhões de empreendedores autodeclarados negros e negras e 29% deles são empregadores, segundo dados do Preta Hub. “Se você desenhar a persona do pequeno empreendedor, é uma mulher negra, por isso esse é nosso foco de ajuda”, diz Fernanda. As seis organizações que formam a Coalização Éditodos têm mais mulheres em suas redes.

Essas pessoas precisam de ajuda imediatamente, não há tempo a perder. Levantamento feito pelas organizações da coalização na semana passada indicava que 59% dos empreendedores da rede estavam parados sem faturar. “Temos muitos negócios que são da área de economia criativa, alimentação, eventos, temos artistas, músicos, empreendedores de moda, são setores que estão parados”, diz Fernanda.

A maioria deles está sem suporte do governo que limitou o auxílio emergencial a microempreendedores com rendimentos tributáveis anuais de até R$ 28.559,70.  “A gente percebeu que precisava apoiar esses empreendedores na base da economia, muitos não estão dentro da faixa que vai receber o auxílio emergencial do governo, porque faturavam um pouco mais”, diz.

A primeira fase deve ajudar 500 empreendedores da rede do Éditodos. “Mas nossa ideia é seguir captando para alcançar mais pessoas”, diz Fernanda. Os selecionados vão receber uma doação R$ 2 mil como apoio financeiro. O dinheiro pode ser usado para quitar dívidas do negócio, pagar salários ou mesmo gastos pessoais. Há a recomendação uma que 50% sejam usados no negócio. “Não é nada imposto”, diz.

A seleção é feita pelo Fundo Baobá, que foi o primeiro fundo dedicado à promoção da equidade racial para a população negra no Brasil. “A definição dos critérios foi feita pelo Éditodos e o Fundo Baobá faz a seleção para dar mais transparência já que temos uma rede que supera os 500 empreendedores”, diz Fernanda.

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Como o empreendedor pode obter a ajuda financeira 

O primeiro passo é procurar as organizações que formam a coalização ÉditodosAgência Solano TrindadeAfrobusiness e Feira Preta (São Paulo), FA.VELA (Belo Horizonte), Instituto Afrolatinas (Distrito Federal) e Vale do Dendê (Salvador).

A ligação com as organizações é um requisito essencial, segundo Fernanda. “O fundo vai atender a empreendedores que passaram por capacitações e de que estamos mais próximos. Para além do aporte financeiro, vamos promover o acompanhamento, desenhando estratégia”, diz Fernanda.

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Como as empresas podem fazer doações para o fundo

Com captação exclusivamente voltada a empresas privadas e Family Offices, o Fundo Emergências Econômicas já recebeu apoio de empresas como Assaí Atacadista, Fundação Arymax, Itaú Unibanco e Instituto C&A. As empresas interessadas em ajudar podem entrar em contado por meio do email: contato@editodos.com.br

Em nota, gestores de algumas das empresas apoioadoras explicam por que apoiam o fundo: 

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C&A:
“O Instituto C&A junto com a C&A decidiu olhar para os microempreendedores que estão sendo severamente afetados desde o começo da crise causada pelo COVID-19. Dessa forma, entendemos que o Fundo lançado pelo Éditodos endereça muitas das necessidades deste público, fortalecendo os profissionais de algumas das comunidades mais vulneráveis do país”, diz Gustavo Narciso, gerente executivo do Instituto C&A.

Assaí Atacadista:
“O Assaí Atacadista, por meio do Instituto GPA, busca promover iniciativas para potencializar e fomentar o microempreendedorismo no setor de alimentos em regiões de alta vulnerabilidade e, neste cenário de Covid-19, intensificou suas ações – não só reformulando a Plataforma Academia Assaí Bons Negócios, mas também apoiando fundos que trabalham com esse público, como o Éditodos. Juntar esforços, potencializar as iniciativas e impacto é fundamental nesse momento de urgência aos micro e pequenos empreendedores de todo Brasil,” Susy Yoshimura, diretora do Instituto GPA.

Fundação Arymax:
“Nós, da Fundação Arymax, optamos por somar esforços à coalizão de organizações do Éditodos, por entender que elas possuem a representatividade para identificar micro e pequenos empreendedores de comunidades vulneráveis em todo o Brasil e a competência para apoiá-los a atravessarem esse período de crise, garantindo a sobrevivência de seus negócios e dos empregos associados a eles”, Vivianne Naigeborin, Superintendente Fundação Arymax.

Itaú Unibanco:
“A inclusão financeira para micro e pequenos empreendedores é muito importante, pois gera mais oportunidades de negócio, melhora a autoestima e permite a conquista da cidadania e independência financeira “, afirmou Luciana Nicola, superintendente de sustentabilidade e negócios inclusivos, do Itaú Unibanco.

Casas Bahia vai dar 500 reais para microempreendedoras

Processo seletivo para receber o auxílio está aberto e 2 mil mulheres serão escolhidas:

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Fundo Emergencial Mulher Empreendedora (F.E.M.E) 

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