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Máquina troca latinha e garrafa PET por pontos e crédito no Bilhete Único

Cinco máquinas já foram instaladas. A previsão é que outras 15 estarão disponíveis até o março do ano que vem

Por Por Mariana Amaro
Atualizado em 17 dez 2019, 15h25 - Publicado em 3 dez 2015, 15h00

SÃO PAULO – Transformar lixo em dinheiro. É isso que faz a Retorna Machine, o primeiro projeto da empresa Triciclo, que quer criar soluções sustentáveis para problemas práticos.

As máquinas funcionam como coletoras de garrafas PET e latinhas de alumínio e creditam pontos para cada uma delas (10 para PETs e 15 para latinhas) a uma conta que os usuários devem criar pela internet. Os pontos podem ser trocados por descontos na conta de luz, pontos no programa fidelidade da livraria Saraiva ou créditos no Bilhete Único. Mas já existem negociações oferecer descontos em outros serviços como gás, luz e até créditos no celular pré-pago. O cadastro e acompanhamento do saldo de pontos pode ser feito na própria máquina, no site ou em um aplicativo para celular. 

Pelo sistema de pontuação atual, cada garrafa PET vale 10 pontos e cada latinha vale 15. Assim, para conseguir os 3,50 reais de uma passagem, são necessárias 100 garrafas ou 67 latinhas. Já na Eletropaulo, cada 100 pontos equivalem a um desconto de 27 centavos na conta. Parece pouco, mas na verdade, cada embalagem acaba valendo mais assim do que se fosse vendida separadamente para empresas de reciclagem. De qualquer forma, ainda é possível doar a pontuação acumulada para duas ONGs. 

A ideia da empresa veio de três amigos de infância que queriam empreender em algo que tivesse ligado à sustentabilidade. “Com esse projeto, nós queremos criar uma conscientização na população para a reciclagem e dar um destino adequado ao recicláveis”, diz Felipe Cury, de 25 anos, um dos fundadores da empresa. 

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Retorna Machine na Sé: maior movimento (Crédito: Triciclo / Divulgação)

Para usar a máquina, é necessário que as embalagens estejam com os códigos de barras. “Porque assim conseguimos mapear a cadeia de produção e distribuição”, explica Felipe. 

A primeira Retorna Machine foi instalada em setembro, no Metro da Sé, e hoje já há mais de 4 500 usuários cadastrados. Um deles, que usa a máquina toda semana, já resgatou 12 reais em passagens de ônibus. As outras quatro estão no Shopping Santa Cruz, no Emporium São Paulo, no Shopping Butantã e no Terminal Tietê. Mais 15 máquinas devem ser instaladas até março do ano que vem. Na China, já há mais de 1 400 máquinas do tipo, subsidiadas pelo governo.

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“Nas segundas-feiras sempre temos mais recolhimento, porque as pessoas começaram a guardar embalagens no final de semana, em vez de jogar no lixo, para trocar por pontuação”, diz Felipe. Até agora, quase 44 000 embalagens já foram recolhidas. Um percentual delas é doado para a cooperativa Vira-Latas, de catadores e outra parte vai para a Recicla BR, a maior empresa de reciclagem do Brasil. Para as empresas, como a Eletropaulo, por exemplo, é interessante participar do projeto porque ele entra em seu relatório de sustentabilidade. 

Hoje, as máquinas só recebem latas e garrafas mesmo mas, em um futuro próximo, a empresa quer passar a recolher também potes de cosméticos e margarinas e embalagens de outros produtos. Há também a ideia de instalar as máquinas de recolhimento em pontos de venda do varejo. “Colocamos nos metrôs por causa do alto fluxo de pessoas, mas os preços dos aluguéis são muito altos, o que acaba inviabilizando uma expansão mais rápida”, diz. 

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Hoje, Triciclo, empresa de Felipe e seus dois sócios, tem o seu faturamento baseado em mídia programática e ações com parceiros. É possível, por exemplo, trocar 500 pontos por mini panetones da Bauducco. 

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