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Fundo emergencial arrecada doações para famílias e empreendedores negros

O projeto Impactando Vidas Pretas pede doações para mães solo e empreendedores e você também pode ajudar. O valor inicial é 25 reais

Por Monique Lima
Atualizado em 9 jun 2020, 06h00 - Publicado em 9 jun 2020, 06h00

São Paulo – O Movimento Black Money, marketplace para a conexão entre empreendedores e consumidores negros, está na segunda rodada de captação financeira do projeto Impactando Vidas Pretas, criado para socorrer financeiramente mães negras solos e afroempreendedores que estão sofrendo as consequências da desaceleração econômica do coronavírus. Até o momento, pouco mais de 120.000 reais já foram arrecadados, 60% da meta estipulada.

“Recebemos doações de pessoas físicas e jurídicas. Para nós é uma prova de como a sociedade está engajada e quer contribuir da forma que pode”, diz Nina Silva, uma das fundadoras do projeto e do Movimento Black Money.

As mães precisam de ajuda

O foco da ação é nas mães negras solos do Brasil, que representam 5,2 milhões dos  residentes das comunidades periféricas, segundo uma pesquisa realizada pelo Data Favela e pelo Instituto Locomotiva, divulgada em abril. “Sabíamos que não seria apenas uma crise na saúde dessas famílias, mas também uma questão de subsistência”, diz Nina. Ainda no levantamento de abril, 73% das mulheres respondentes afirmaram não ter nenhuma renda guardada que permitisse subsidiar os gastos para manter a quarentena por um dia sequer. Sete a cada dez delas, já estavam com a renda comprometida por causa do coronavírus.

A primeira rodada de captação durou apenas um mês e conseguiu ajudar 80 famílias da região Sudeste com um valor de 320 reais nos meses de maio e junho. Mas o objetivo é alcançar abrangência nacional e auxiliar pelo menos 500 famílias. “Sabemos que o Norte e o Nordeste têm pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, como os quilombolas e trabalhadores rurais”, diz Nina.

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Os contemplados

Mais de 1.000 famílias já estão inscritas, por isso as seleções estão sendo feitas em dois grupos de beneficiários: mães negras solos e afroempreendedores. É preciso a comprovação das seguintes informações para ser elegível:

  • Mães solo: não receber outro benefício como Bolsa Família ou Cheque Cidadão e enviar os documentos dos filhos em que conste o nome da mãe.
  • Afroempreendedores: comprovação do nano ou micro empreendimento e envio do último faturamento mensal, por exemplo.

Além dos formulários são feitas entrevistas para entender o contexto de cada família e fechar a seleção da campanha. “Optamos pelo segundo grupo de afroempreendedores por entender que o negócio deles afeta todo o círculo de capital da comunidade e também do país”, explica Nina. O país tem 14 milhões de empreendedores autodeclarados negros e negras e 29% deles são empregadores, segundo dados do Preta Hub.

Como você pode ajudar

O dinheiro está sendo arrecadado por meio da plataforma benfeitoria (doe aqui), com sete opções de valores (25 reais, 50 reais, 125 reais, 350 reais, 650 reais, 1.000 reais e 30.000 reais).

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De acordo com o valor da doação, os doadores são recompensados com o nome mencionado no vídeo de agradecimento, até a participação em um encontro de mentoria individual realizado com um dos fundadores do Movimento Black Money.

“Cesta básica ajuda, mas é, de novo, o asfalto dizendo para a favela o que ela tem direito a consumir. Mais efetivo seria transferir renda diretamente para que os moradores de favelas comprassem o que precisam”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Pessoas físicas podem doar até o final de julho e as empresas podem doar por tempo indeterminado.

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