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As lições do Lobo de Wall Street para investir na bolsa de valores

Estudos e ter um mentor são as principais ferramentas que o ex-corretor indica para quem está começando agora no mundo das ações.

Por Juliana Américo
Atualizado em 30 set 2020, 16h00 - Publicado em 30 set 2020, 16h00

Jordan Belfort teve sua história eternizada no cinema com o filme “O Lobo de Wall Street” (2013). Para aqueles que não assistiram ao longa, o ex-corretor da bolsa de valores de Nova York teve sucesso na carreira na década de 90, após abrir a corretora Stratton Oakmont. 

A companhia chegou a arrecadar US$ 50 milhões ao ano com a negociação de ações de pequenas empresas, mas se envolveu em negociações fraudulentas e em atividades ilegais de IPOs. Nesse período, Jordan adotou um estilo de vida que se dividia entre festas luxuosas e uso de drogas. No início dos anos 2000, ele foi denunciado por fraude no mercado financeiro e por lavagem de dinheiro; e condenado a quatro anos de prisão, além de uma multa de US$ 110 milhões.

Hoje, Jordan atua como palestrante contando um pouco da sua história e ensinando técnicas de negociação. O especialista, que está na cidade de Gramado (RS) para participar do evento de inovação e tecnologia Gramado Summit, avalia que este é o momento para os brasileiros investirem em ações. “As taxas de juros estão muito baixas, então sim faz sentido investir na bolsa de valores. O único problema é que você precisa ter conhecimento ou alguém da sua confiança para te orientar sobre o mercado. Então, o que eu faria, é estudar e começar com uma quantia pequena de dinheiro até pegar o jeito de como operar com as ações.” 

A dica de ouro é saber arriscar. Segundo Jordan, depois que você começa a entender a mecânica do mercado de capitais, não tem problema em investir em empresas mais arriscadas, desde que a maior parte da sua carteira esteja ancorada em papéis de companhias estáveis. É o caso do boom das empresas de tecnologia. Ele é cauteloso com as gigantes do Vale do Silício, porque parte do crescimento está atrelado à pandemia do coronavírus. A quarentena obrigou as pessoas a ficarem em suas casas consumindo mais redes sociais, streamings e serviços de entrega. Isso faz com que as companhias se valorizem, mas ainda não está claro como será o futuro desses produtos assim que a doença for controlada. 

Além disso, investimentos de alto risco não são para quem tem pressa: “é preciso tomar um cuidado. As pessoas olham a valorização das ações dos últimos seis meses, mas isso não importa muito. O que interessa, é o que vai acontecer nos próximos dois ou três anos. Você tem que olhar para onde as ações estão indo e não quando elas foram superfaturadas.”

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Outro tipo de investimento que o lobo de Wall Street tem um pé atrás são as criptomoedas. Para ele, é um mercado com potencial, mas, que precisa se estabilizar melhor, já que muitos investidores ainda perdem muito dinheiro com as moedas digitais. “Eu nunca fui um grande fã de criptomoedas. O meu maior receio sempre foi de um dia essas moedas ficarem muito grandes a ponto de os governos querem eliminar o mercado”. 

O ex-corretor também recomenda cuidado com o emocional para quem quer se jogar no mundo dos investimentos. “Muitas pessoas, mesmo entendendo sobre o certo e errado quando se tratava de investir, perdem quantias significativas porque se emocionam com o investimento. Elas ficam com medo e todos nós tomamos as piores decisões quando estamos com medo”. Aqui valem duas dicas: a primeira é começar com pouco dinheiro e não apostar mais do que sente seguro; e a segunda é ter um mentor. 

Na hora de escolher um mentor, Jordan indica procurar por alguém que seja o melhor naquilo que você quer fazer, esteja disposto a ser acessível e seja um bom professor. Então, se o objetivo é ser um bom investidor, é preciso aprender com os melhores. “Você tem que ter padrões elevados, não se contentar com nada menos do que o melhor absoluto”. 

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