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Luiz Carlos Cabrera

Por Carreira
É professor da Eaesp-FGV e diretor na PMC Panelli Motta Cabrera & Associados
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A força dos modelos mentais no momento de tomar de decisões

Para avaliar qual é a melhor decisão a ser tomada, é preciso raciocinar detalhadamente sobre vários pilares de uma questão. Aprenda como fazer

Por Luiz Carlos Cabrera, colunista da VOCÊ S/A
Atualizado em 28 mar 2020, 10h00 - Publicado em 28 mar 2020, 10h00

Modelos mentais são imagens, pressupostos e históricos que trazemos sobre o mundo que nos cerca. Eles nada mais são do que filtros da realidade. Todo o repertório que carregamos é afetado pelos modelos mentais de nossa educação. E dou um exemplo simples disso: se você desenhar uma casa, provavelmente vai rabiscar aquela casinha que viu nos livros da infância. É assim que o cérebro age.

A questão é que não costumamos usar modelos mentais para melhorar a qualidade de nossos diagnósticos — e é possível começar a fazer isso, desde que apliquemos algumas etapas de raciocínio. Vou explicar quais são elas.

Pensemos numa situação hipotética, como a escolha de um curso de pós-graduação. Um dos modelos mentais utilizados para decidir em qual instituição ingressar é o que divide as informações em três partes. Primeiro, refletimos sobre o conteúdo: está claro o que será discutido no curso? Os professores têm domínio sobre o que será ensinado? Qual é nossa expectativa em relação à grade? Quão profunda a discussão deve ser?

Depois, devemos pensar sobre o contexto, que é tudo o que nos cerca enquanto tentamos tomar uma decisão. No caso da escolha da pós, no contexto devem pesar itens como o nome da escola, a localização, o perfil da turma de alunos, o horário das aulas, a compatibilidade do curso com nossa agenda e nosso momento pessoal e o investimento financeiro necessário (ponderando se haverá ajuda externa,  como bolsa da empresa em que trabalhamos, ou não).

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Por último, é preciso avaliar a infraestrutura da instituição de ensino: quais são os materiais fornecidos? Temos a tecnologia necessária para acompanhar as aulas (computador, smartphone, tablet)? Existe uma biblioteca no local com os livros necessários para o estudo? As instalações da sala de aula e das áreas comuns são compatíveis com as expectativas?

A pós-graduação foi apenas um exemplo. O pensamento em etapas pode ser usado em qualquer tipo de decisão. Vamos a outra situação. Suponha que você tenha sido chamado para planejar o lançamento de um novo produto. O raciocínio seguirá os mesmos três pilares.

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Ao pensar sobre o conteúdo, você deve raciocinar sobre: qual é o objetivo do produto? Quais qualidades devem ser percebidas? Quando chegar ao contexto, indague: qual é o papel do produto no portfólio da empresa? Quais são os concorrentes? A estratégia de preço está alinhada com o objetivo de mercado? Por fim, na discussão sobre infraestrutura, pergunte-se: o produto precisa ser explicado ao consumidor? A produção está preparada para entregar o produto tão logo seja anunciado o lançamento?

Claro que a profundidade da discussão não cabe neste artigo. Existem outros modelos mentais que podem ser estudados. Para isso, recomendo a leitura de Organizações do Conhecimento, de Maria Terezinha Angeloni . Não despreze os modelos mentais: métodos adequados de raciocínio ajudam a tomar decisões melhores.

  • A Editora Abril tem uma parceria com Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela Você S/A sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.
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