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Luciana Camargo

Vice-presidente de Recursos Humanos, Liderança, Desenvolvimento e Inclusão da IBM Consulting
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RH protagonista e a importância da resiliência: as lições para 2021

Apesar das dificuldades, o ano passado trouxe aprendizados valiosos para o mundo do trabalho.

Por Luciana Camargo, colunista de VOCÊ S/A
25 jan 2021, 19h00

Enfim, estamos em 2021! Depois de deixar para trás o conturbado 2020, é hora de pensar em todos os aprendizados que o ano passado nos ensinou. O exercício de buscar algo bom mesmo em situações difíceis nunca foi tão desafiador, mas é preciso serenidade para enxergar oportunidades nas adversidades.

Isolados em nossas casas, colocamos à prova o nosso autoconhecimento, a gestão das emoções, tivemos de reinventar as nossas relações pessoais e no trabalho. Aliás, 2020 serviu como um catalisador para acelerar as mudanças que, há tempos, discutíamos na forma de trabalhar.

Em um curto período de tempo, empresas, escolas e outras instituições passaram a operar totalmente de forma remota. Na nova realidade, todos tivemos de lançar mão de ferramentas de colaboração, como videoconferências, plataformas de aprendizagem e de co-criação. Foi preciso repensar as formas de interação humana. Mas, descobrimos que, quando precisamos, somos capazes de nos adaptar rapidamente.

Diante de tantos dilemas, olhar para as pessoas e capitanear a adaptação dos negócios ao digital foi fundamental. E, por isso, a área de Recursos Humanos assumiu um protagonismo nunca antes visto. A pesquisa Accelerating the Journey to HR 3.0 do Institute of Business Value, braço de pesquisas da IBM, em parceria com a consultoria Josh Bersin Academy, aborda justamente isso.

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Segundo o estudo, a reinvenção da gestão de pessoas foi uma das mudanças mais significativas de 2020. Mais de dois terços dos executivos entrevistados afirmaram que o RH de suas companhias está passando por um momento de ruptura. O estudo também revela que os novos líderes de RH se concentram na colaboração, na escuta ativa e possuem habilidades para navegar em momentos incertos.

Possuir essas competências e construir ambientes em que os líderes sejam verdadeiros nortes para motivar e desenvolver os funcionários nos leva a outro aprendizado de 2020. Em meio a tantos problemas complexos, o ano passado nos mostrou que empresas precisam se tornar mais humanas e resilientes.

Parece simples, mas como transformar nossa mente em aliada para entender o contexto à nossa volta e gerenciar nossas emoções? O quão mais difícil foi no ano passado tirar aprendizados dos erros, uma vez que nos deparávamos com cenários cada vez mais irreais? Como valorizar o humano numa vida cada vez mais pautada no virtual? 

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Estes desafios transcendem os indivíduos, dado que todos vivemos em um mundo que se transforma cada vez mais rápido. Empresas também precisam ser resilientes para sobreviver aos chacoalhões. E em 2020 percebemos que, embora a tecnologia seja um propulsor das mudanças, nós, seres humanos, somos vitais nessa equação. Segundo o artigo da Delloitte Human inside: How Capabilities can unleash Business Performance, as capacidades humanas como curiosidade, criatividade, empatia e coragem são equivalentes a superpoderes em uma sociedade que nos convida a aprender continuamente.

As competências humanas, em especial a nossa resiliência, nos ajudarão a nos preparar para o futuro. São elas que nos fazem entender os problemas antes mesmo que eles sejam levantados, promovem a adaptabilidade e nos permitem evoluir sempre.

Isso significa que 2020 não foi um ano perdido. Tenho certeza de que qualquer que tenha sido sua experiência com a pandemia, todos estamos mais fortes e mais preparados para os desafios futuros. Pois eles virão, tenho certeza. E vamos continuar nos superando e aprendendo. Afinal, é isso que nos torna humanos. É nisso que somos bons como espécie. Feliz Ano-Novo! 

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