Continua após publicidade

Quem são os aprovados num dos processos seletivos mais difíceis do Brasil

Confira a lista de novos bolsistas da Fundação Estudar. Programa é um dos mais cobiçados e a taxa de aprovação foi de 0,05%

Por Camila Pati
Atualizado em 23 jul 2020, 16h50 - Publicado em 23 jul 2020, 16h36

São Paulo – A Fundação Estudar, organização criada pelo trio de empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, selecionou a nova turma de bolsistas do seu programa de liderança.

Considerado um dos processos mais cobiçados e rigorosos do Brasil, o Líderes Estudar oferece apoio financeiro para cursos de graduação e pós nas melhores universidades do mundo. Com 40 mil inscritos e 24 aprovados, a taxa de aprovação dessa edição foi de 0,05%. Os selecionados vão receber auxílio para mensalidade de graduação ou pós, custos de vida e livros que pode variar de 5% a 95% do valor total solicitado em orçamento apresentado por ele à fundação. A decisão é tomada pelo conselho na etapa final do processo seletivo que é anual.

Os maiores embaixadores do Líderes Estudar, são os próprios ex-bolsistas –mais de 730 desde a criação do programa no início da década de 1990 – e seu impacto na sociedade, medido estatisticamente. Na comparação com os semifinalistas do processo seletivo do programa, os participantes da seleção ganham salários 15% maiores e ocupam mais frequentemente o topo da hierarquia de  empresas, segundo pesquisa da fundação.

Na lista estão a deputada Tabata Amaral, o empreendedor e ex-líder de Realidade Virtual da Facebook Hugo Barra e os mais jovens fundadores de unicórnio do planeta: Henrique Dubugras e Pedro Franceschi. Com apenas 23 anos os dois criaram a BREX, companhia de cartões de crédito avaliada em US$ 2,6 bilhões.

Na seleção desta edição, ex-bolsistas, a equipe da fundação e os executivos do conselho de administração tiveram a missão de escolher os jovens de maior destaque entre 40 mil inscritos de um jeito diferente do habitual. Com o processo em curso no auge da quarentena abril, maio e junho, toda a metodologia de recrutamento teve que ser adaptada para o ambiente digital.

Os membros do conselho da fundação, executivos na casa dos 70, 80 anos, precisaram ser treinados para participarem da batelada de videoconferências com os finalistas. Desafios tecnológicos e geracionais à parte, a diretora da Fundação diz que o principal prejuízo para candidatos e avaliadores está na falta de linguagem corporal em ambiente virtual, parte importante na comunicação, um dos pilares da avaliação dos recrutadores.

Continua após a publicidade

Mas há vantagens. “A seleção, antes, ficava muito concentrada em São Paulo e Rio de Janeiro e nós temos ex-bolsistas espalhados pelo mundo todo que não podiam participar do processo de escolha da nova turma. A transição para o ambiente digital aumentou a diversidade do time de recrutadores”, diz Anamaíra Spaggiari, diretora da Fundação Estudar. Mais ex-bolsistas mulheres e negros participaram desta vez, segundo Anamaíra.

Para as próximas edições, as etapas de entrevistas com ex-bolsistas poderão ser virtuais. “Mas, nossa decisão é de manter presencial a última etapa pela experiência que é estar cara a cara com executivos como Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Beto Sicupira”, diz.

Como é feita a avaliação

 Dentre as etapas da avaliação, as mais difíceis são as fases de entrevistas. Na penúltima fase, um grupo de cinco avaliadores, incluindo ex-bolsistas, sabatina cinco candidatos. Na fase final, a entrevista é com o conselho de administração da fundação.

Os critérios de avaliação são claros. Trajetória de vida, conquistas, iniciativas, exemplos de comportamento de liderança e a vontade de transformar o mundo. A metodologia tenta equalizar eventuais diferenças sociais levando em conta o ambiente em que cada jovem está inserido, se estudou em escola pública, a origem familiar entre outros fatores da história de cada um dos jovens.

Continua após a publicidade

E eles são bem jovens. Dos 24 aprovados, apenas cincovão fazer pós graduação e o restante, graduação. A lista tem 42% de mulheres aprovadas, 33% de LGBTQ+ e 21% de negros.

Um dos selecionados, José Wallison Sousa do Nascimento, de 18 anos, morador da comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, tem o projeto de criar um pré-vestibular comunitário de medicina para que mais jovens negros como ele se tornem médicos.  O jovem cursar medicina na UERJ.

Wallison sabe bem onde quer chegar, mas isso não é definitivo para ser aprovado. “Por serem bem jovens, não damos tanto peso para o fato de eles terem ou não um sonho grande bem definido e, sim, para a atitude de sonhar grande, ainda que os sonhos, em si, mudem”, diz Anamaíra.

Confira os planos para o futuro dos jovens que são a aposta da Fundação Estudar para transformar o Brasil:

Continua após a publicidade

 

Quer ter acesso a todos os conteúdos exclusivos de VOCÊ S/A? Clique aqui e assine VOCÊ S/A.

Gosta da VOCÊ RH? É só clicar aqui para ser nosso assinante.

Publicidade