Continua após publicidade

Estes são os legados da quarentena para a coletividade

Por que o momento que vivemos pode fortalecer nosso senso de coletivo e transformar o mundo em um lugar melhor no futuro

Por Ligia Zotini, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 4 jul 2020, 10h00 - Publicado em 4 jul 2020, 10h00

Matéria originalmente publicada na Revista VOCÊ S/A, edição 264, em 07 de maio de 2020. 

Como pesquisadora de cenários futuros, uma das perguntas que mais me fizeram durante esses 40 dias em que vivemos sob a crise da covid-19 foi sobre o legado da quarentena. Desafiador responder sobre isso, uma vez que cenários futuros são construídos por meio de sinais fortes e fracos do presente, e nosso presente está mais cheio de incertezas do que de indícios. Mas já podemos pontuar alguns sinais do senso comum:

• Existirá um impacto sem precedentes na saúde física e emocional das pessoas

• Existirá um impacto econômico gigantesco do qual ainda não temos real dimensão

• Existirá um impacto tecnológico, principalmente no âmbito da adoção massiva de soluções digitais, em uma parcela da população do globo

Continua após a publicidade

No entanto, há um legado sutil que acontece quase nas entrelinhas desta quarentena. É o despertar para o senso coletivo. Nunca havíamos vivido isso de maneira tão massiva quanto vivemos hoje. Essa grande herança surgirá como fruto do acesso tecnológico, da educação e do tempo para exercitar consciência social.

E, como cada consciência produz uma visão que se concretiza numa ação, teremos muitas formas de viver esse senso coletivo:

• Sair da caixa, das bolhas, dos ecossistemas e das organizações vendo o mundo como um território de infinitas possibilidades

• Apoderar-se do protagonismo, não se colocando mais em posições passivas ou de vítima

Continua após a publicidade

• Exercitar a sensibilidade e a capacidade de lidar bem com os próprios sentimentos, colaborando criativamente em vez de competir

• Desejar viver de acordo com suas verdades, e não apenas existir em um sistema de coisas que não faz mais sentido

• Lidar positivamente com opiniões diferentes das suas, sabendo ouvir com presença, mas sem gerar conflito

Com todas essas questões, minha visão é que a principal herança desta quarentena estará mais conectada às novas formas de ser do que de fazer. Ou seja, vamos nos transformar pessoalmente, e não apenas realizar nossas tarefas de outra maneira. Acredito que, entre os excessos que serão removidos e o acessos que serão promovidos, a tendência natural será nos tornarmos versões melhores de nós mesmos.

E, como me disse esta semana minha querida amiga, a jornalista Ana Paula Padrão: “Ninguém sairá igual e muitos sairão melhores. Os radicais polarizadores, para ambos os lados, perderão força para um grande coletivo mais atento e solidário.”

Continua após a publicidade


Quer ter acesso a todos os conteúdos exclusivos de VOCÊ S/A? Clique aqui e assine VOCÊ S/A.

Gosta da VOCÊ RH? É só clicar aqui para ser nosso assinante.

Publicidade