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Insegurança pode fazer você perder boas oportunidades de emprego

Pesquisas mostram que tem muita gente deixando de participar de processos seletivos por receio de falhar. Saiba como não fazer parte desse grupo

Por Fernanda Colavitti
Atualizado em 22 set 2020, 16h00 - Publicado em 22 set 2020, 16h00

Trabalhar no Google é o sonho profissional da relações-públicas Fabíola Pedroso, 33 anos, de São Paulo. Mas ela nunca se candidatou a uma vaga na empresa. “Tenho medo de entrar e não dar conta; sempre acho que preciso me preparar melhor”, diz. “Fico pensando: ‘E se eu conseguir, mas eles me demitirem depois de três meses?’. Daí desisto de tentar.”

Assim como Fabíola, quase 80% dos profissionais brasileiros não se aplicam a uma oportunidade de emprego que desejam por algum tipo de insegurança, segundo pesquisa divulgada pelo LinkedIn no começo de 2019 (veja quadro no fim desta reportagem). “O medo está muito associado ao desconhecido: aquilo que eu não domino e controlo me gera insegurança”, afirma Ana Plihal, diretora de soluções de talentos do LinkedIn no Brasil. Desarmar essa armadilha é fundamental.”

Um caminho para isso é analisar o perfil dos profissionais que hoje estão na companhia dos seus sonhos. “Estude a empresa, converse com quem trabalha lá. As redes sociais facilitam esse processo e devem ser usadas para trazer maior confiança ao candidato”, diz o consultor Sidnei Oliveira.

Trabalhar a autoconfiança é fundamental para vencer o medo, segundo o consultor Paulo Erlich, palestrante em mentoring e liderança. “Quem se percebe como minimamente seguro não vai temer o mercado”, afirma. Como ponto de partida, o especialista recomenda elevar o nível de autoconhecimento, fazendo a si mesmo as seguintes perguntas: “o que verdadeiramente desejo?” “aonde quero chegar?”, “do que preciso para conseguir?”.

Sim, você pode!

“Ok, sou informado e autoconfiante, mas não tenho pós-doutorado, MBA, 25 anos de experiência na área, vivência no exterior e fluência em oito idiomas, como pede a vaga”. Tudo bem. Você só precisa preencher 50% dos requisitos para ter uma chance, segundo pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Talent Works. Se for mulher – profissionais que mais deixam de se candidatar –, atender a 30% das qualificações já é suficiente.

Para entender o que realmente conta na hora de escolher um candidato, a Talent Works analisou mais de 6 mil anúncios de emprego e currículos da sua base de dados. Descobriu que, com 50% ou 90% dos requisitos da vaga, as chances de um profissional conseguir uma entrevista são as mesmas. 

Muitas vezes, achamos que nosso currículo não é adequado, mas pode ser exatamente o que a empresa está buscando. E isso você só saberá participando dos processos”, afirma a consultora de RH Célia Foja, sócia e diretora da consultoria People+Strategy.

Achar que o currículo do outro é melhor do que o seu só limitará as suas oportunidades. Quem deve avaliar isso é a empresa, não você. “Não coloque barreiras onde elas ainda não existem”, diz Célia. “É na hora da entrevista que a empresa avalia o quanto você está preparado para o cargo.”

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Eu não mereço essa vaga

Pesquisa do LinkedIn apontou os principais motivos para que os profissionais desistam de se candidatar a cargos que desejam:

  • Medo de que o novo emprego seja pior que o atual (18%)
  • Apreensão por aceitar um novo cargo (16%)
  • Não querer desapontar o atual empregador (15%) 
  • Medo de rejeição e de não ser bem-sucedido (14%) 
  • Não ter experiência suficiente (13%)
  • Medo da perspectiva de mudança (12%) 
  • Não poder alterar sua rotina para participar de processos seletivos (10%)

Hora da mudança?

As atitudes abaixo podem facilitar a decisão de se candidatar a uma nova vaga, segundo a consultora Célia Foja:

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  • Se estiver empregado, converse com seu líder e com o RH sobre as perspectivas de carreira e sobre a sua performance. Pedir feedback ajuda a ter clareza do caminho a ser percorrido para atingir seus objetivos. Caso perceba que há limitações na empresa atual, você se sentirá mais confortável em buscar uma nova colocação. 
  • Mantenha-se atualizado sobre sua área de atuação ou sobre outra de seu interesse. Para isso, existe a educação formal, com boas opções de cursos a distância gratuitos ou com valores mais acessíveis. Leia matérias e artigos referentes ao assunto, converse com profissionais experientes, ouça atentamente, tire dúvidas… Seja curioso!
  • Ouça com atenção feedbacks de líderes, amigos e pessoas de sua confiança sobre suas competências comportamentais. Exponha seus interesses e peça ajuda para entender como lidar com os pontos a melhorar

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