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EUA buscam pilotos e abrem portas para brasileiros que querem trabalhar lá

Falta de pilotos é crítica nos Estados Unidos e brasileiros podem tirar green-card antes de mesmo de conseguir oferta de trabalho lá

Por Camila Pati
Atualizado em 19 dez 2019, 16h10 - Publicado em 25 fev 2019, 15h00

São Paulo – A crítica falta de pilotos de aeronaves nos Estados Unidos faz da aviação uma carreira promissora para brasileiros que querem emigrar. Profissionais mais experientes, com 2 mil ou 2,5 mil horas de voo, são os pilotos que encontram maior número de oportunidades em companhias aéreas norte-americanas.

“Hoje em dia, muitas linhas aéreas dos Estados Unidos estão fechando as suas rotas por falta de piloto”, diz Leonardo Freitas, sócio da Hayman-Woodward, consultoria especializada em imigração de profissionais. Cerca de 10% dos atuais clientes da consultoria são pilotos. “É o dobro do que atendíamos dois anos atrás”, diz ele que também é piloto e é dono de um táxi aéreo no país.

A cidade de Atlanta, na Geórgia, os estados do Alaska e do Texas, além das cidades de Washington, Chicago e Los Angeles são os principais destinos dos pilotos brasileiros clientes da Hayman.

Mesmo com salários atrativos variando entre 200 mil e 350 mil dólares por ano, as companhias aéreas não encontram profissionais qualificados. O déficit é estimado em 15 mil pilotos, segundo dados fornecidos pela Hayman.

O problema se arrasta há alguns anos. Em 2016, a Boeing apontou que 42% dos pilotos de grandes companhias estariam aposentados em dez anos. Desde 2009, a aposentadoria tornou-se compulsória para pilotos que completam 65 anos de idade. A própria demanda fez com que o limite – que antes era 60 anos de idade – fosse estendido pelo Congresso.

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A mudança não resolve a questão, já que o alto custo da formação técnica – por volta de 100 mil dólares – e o fato de que as companhias querem empregar quem já é experiente desestimula o ingresso de jovens na carreira.

“Como há muitos pilotos em fim de carreira, as companhias estão requisitando profissionais e é se eles podem pegar pessoas já qualificadas na aviação de outros países é interessante”, diz o comandante de aeronaves da Hayman Woodward Aviation, Rinaile Codeço Coelho Silveira.

Brasileiro radicado nos EUA desde 2015, Silveira trabalha com aviação executiva, que também é uma área promissora. Segundo Freitas e Silveira, as oportunidades profissionais na aviação são amplas.

“Os Estados Unidos são o maior mercado de aviação do mundo, não perdem para ninguém. O país está de portas abertas para pilotos comerciais, agrícolas, pilotos da área de aviação executiva”, diz Freitas. Na área agrícola, há fazendeiros utilizando drones para irrigação por conta do apagão de profissionais.

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Pilotos de helicóptero também são bastante requisitados, mas não é para transporte de executivos, como é mais comum no Brasil. “Há falta de pilotos para trabalhar em plataformas de petróleo”, diz.

Pilotos podem pedir green-card mesmo sem oferta de emprego

A principal facilidade para pilotos brasileiros que querem morar nos Estados Unidos é o fato de que é possível tirar o green-card antes mesmo de arrumar emprego. Ter o visto de trabalho é indispensável para ser contratado por uma companhia aérea.

O pedido de visto  sem ter oferta prévia de trabalho por conta do interesse nacional na profissão é chamado de National Interest Waiver (NIW).
Para ser elegível ao green-card nesta categoria é preciso cumprir alguns requisitos básicos: formação de piloto, licença de piloto ligada a alguma aeronave comercial da Airbus ou Boeing, experiência como piloto ou copiloto em companhia aérea comercial entre cinco e 10 anos.

O primeiro passo que Silveira indica aos pilotos brasileiros é fazer a prova para tirar a habilitação nos Estados Unidos. “Para pedir o green-card é preciso já ter a carteira americana de piloto (ATP Cerficate. Aqui tem várias empresas especializadas na preparação para prova”, diz o comandante de aeronaves.

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