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Este é o principal desafio para liderança de equipes em home office

Quem adota o home office precisa considerar também que há um tempo de adaptação ao novo esquema

Por Camila Pati
Atualizado em 25 ago 2020, 11h28 - Publicado em 17 mar 2020, 06h00

Trabalhar remotamente tem benefícios, como menos gastos com recursos e deslocamentos, menos tempo no trânsito e mais flexibilidade. Mas também há desafios. Longe das equipes e dos gestores, os funcionários podem se sentir isolados e inseguros em relação a como sua performance está sendo percebida. “O trabalho remoto coloca o colaborador numa condição com menor nível de interferência externa”, diz Giovana Calenzani, gerente de recursos humanos do Embracon Consórcios, em Santana de Parnaíba (SP). “Por isso, é necessário garantir que chefes, colegas e clientes possam contatá-lo e acompanhá-lo de alguma forma.”

No Embracon, os empregados que cumprem jornadas fora da empresa preenchem um documento com as atividades a serem feitas no dia e, ao fim de seis meses, fazem uma autoavaliação com base na produtividade desse período. Essa prática ajuda na hora do feedback formal, que acontece uma vez ao ano.

Para manter a sintonia durante a jornada e liderança de equipe, a recomendação na empresa é que o trabalhador remoto reveja com o gestor a lista de tarefas para o dia e reporte o andamento ou a conclusão delas. Com isso, é possível já receber retornos em relação ao que foi feito e avaliar se o funcionário está correspondendo às expectativas.

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Quem adota o home office precisa considerar também que há um tempo de adaptação ao novo esquema. “O começo foi um pouco difícil, por estar distante da equipe – é importante ter contato com os colegas”, diz Ricardo Tadeu Chile, 48 anos, gerente de negócios da Ticket Log, especializada em gestão de frotas, em São Paulo. Além da comunicação por mensagens e telefone, ele encontrou outra forma de cultivar a conexão. “Quando sinto falta, vou até a empresa para encontrá-los”, afirma, ressaltando que, como não acontecem a toda hora, essas reuniões com os demais tendem a ser muito mais produtivas.

Chile é um dos 340 funcionários em trabalho remoto na Edenred Brasil, empresa de benefícios e detentora da marca Ticket, em São Paulo, que adota o modelo desde 2009. No começo, a companhia mantinha células de atendimento para ajudar os colaboradores em home office. Depois, quando esse modelo virou parte da cultura, as células foram desfeitas, diz Carlos Cavequi, gerente de RH da Edenred.

Não à toa, um ponto importante para quem trabalha remotamente é saber controlar a ansiedade. O fato de entregar e não conseguir visualizar a reação do chefe pode deixar alguns com pressa para saber se, afinal, o trabalho foi bem recebido.

O ideal é anotar as dúvidas e dificuldades encontradas na realização das tarefas e, em uma conversa com o gestor, pedir feedbacks específicos sobre elas. Vale também solicitar retorno dos colegas, e não apenas do líder. Eles saberão avaliar de que forma seu trabalho, mesmo de longe, está sendo percebido pela equipe.

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