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Como liderar em ambientes de alta tensão?

Adaptar o estilo de gestão ao cenário externo mantém as equipes engajadas. Quem faz isso aplica a liderança situacional, importante na crise do coronavírus

Por Luiz Carlos Cabrera, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 25 ago 2020, 11h38 - Publicado em 25 jul 2020, 07h00

Matéria originalmente publicada na Revista VOCÊ S/A, edição 265, em 19 de junho de 2020. 

Os tempos de pandemia que estamos vivendo são marcantemente caracterizados pelo ineditismo, pela imprevisibilidade e pela desconfiança. Assim, torna-se vital que as lideranças — tanto públicas quanto privadas — ajam com a maior efetividade possível. Isso é importante porque, em momentos como este, as pessoas entram em um nível de estresse elevado e exigem um estilo de liderança especialmente cuidadoso e adequado.

Mas qual é esse estilo? Para explicar, vou usar o que aprendi, anos atrás, em um curso ministrado pelo extraordinário professor Paul Hersey, que criou o conceito de liderança situacional. Ele defendia que o estilo de como liderar uma equipe deve se alterar de acordo com o momento — o que exige dos líderes uma grande capacidade de adaptação e de leitura do ambiente. E esse modelo faz muito sentido em momentos de alta pressão porque, nessas situações, as pessoas mudam rapidamente seu comportamento e precisam de líderes que compreendam isso e se adequem ao novo cenário.

Hoje, toda esta incerteza, insegurança e desconfiança sobre as autoridades públicas e a ciência modificam o estágio de maturidade das pessoas. Importante destacar que a maturidade não é estável. Todos nós, adultos, vivemos num chamado “continuum da maturidade”, o que significa que, num mesmo dia, podemos ter comportamentos maduros e imaturos, dependendo do contexto e das pessoas envolvidas conosco. Mas tudo dentro da normalidade social.

O problema é que, sob estresse, o comportamento humano é levado para o lado da imaturidade — exatamente por causa do medo, da insegurança e da desconfiança. Por isso, nessas situações, o líder deve dar orientações que sejam muito bem estruturadas. É preciso fugir de ordens genéricas proferidas sob a égide do “vocês são adultos, vão entender as ordens”. Sob estresse, não reagimos como adultos e precisamos de caminhos claros.

Não adianta, por exemplo, dizer que a partir de amanhã todos vão trabalhar de casa e achar que isso vai funcionar por si só. É preciso explicar como serão as regras de horários de expediente e intervalos e quais serão os processos e tecnologias usados, por exemplo. Não detalhar e partir do princípio de que todos vão entender costuma dar errado.

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Orientar e criar uma estrutura é importante para que as pessoas, gradativamente, retomem seu estado normal de maturidade. Então, o grande conselho que dou para quem precisa chefiar nesse cenário é: respeite o estágio temporariamente imaturo dos profissionais e guie os times de maneira didática, compreensível e factível.

É desse tipo de gestão que precisamos agora — é o que a situação pede. Por isso, deixe-se levar pela liderança situacional, pois ela engrandece o líder, aumenta o respeito dos times e conquista resultados.

(Arte/VOCÊ S/A)

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