A Petrobras ainda É UMA BOA PAGADORA DE dividendos?
INVESTIMENTOS
Hoje, a Petrobras é a ação mais recomendada nas carteiras de dividendos. Nós mapeamos cinco instituições para ilustrar esta reportagem.
Historicamente, a petroleira não foi uma empresa boa para esse objetivo. Primeiro, porque ela opera no mercado de commodities, e seu lucro depende da cotação internacional do petróleo.
A segunda razão é que a empresa, ao longo dos anos, fez investimentos pesados na exploração de petróleo no pré-sal, o que demanda dinheiro.
Quanto maior o capex (investimentos que a companhia faz nela mesma), menos dinheiro do lucro sobra para o acionista.
Acontece que essa fase da Petrobras parece ter ficado no passado. Isso porque, de 2018 para cá, ela teve um papel importante no equilíbrio das contas públicas.
Cada vez que a Petro anuncia distribuição de dividendos, 36,61% do valor vai para o governo, principal acionista da companhia. Dos R$ 194 bilhões pagos em 2023, R$ 71 bilhões foram para Brasília.
Com a chegada de Lula III, havia a expectativa de que a Petrobras voltasse a fazer investimentos pesados em detrimento dos dividendos.
O fato é que a política de remuneração aos acionistas passou por ajustes, mas continua generosa.
A companhia se comprometeu a distribuir 45% da geração de caixa trimestral (ante os 60% fixados no governo Bolsonaro) e pagará no mínimo US$ 4 bilhões todos os anos.
As metas ficaram acima das expectativas do mercado para os proventos. O governo não pode abrir mão dessa receita quando tenta equilibrar as contas públicas – e tentar zerar o déficit fiscal em 2024.
Se o acionista-mor não abre mão do dividendo, isso significa que o investidor pessoa física se dá bem junto.
Em 2022, os bilhões pagos pela Petrobras para bancar os gastos populistas do governo na campanha elevaram a companhia ao posto de maior pagadora de dividendos do mundo.