Na letra fria do dicionário, “corporação” é só sinônimo de “empresa” mesmo. No linguajar financeiro, não.
Corporação (corporation, em faria limer) é uma empresa “sem dono”. Mais especificamente, sem um controlador único.
Nesse sentido, a Petrobras (PETR4) não é uma corporação, já que o governo federal detém 50,26% das ações com direito a voto.
Mesmo se todos os outros acionistas da companhia mais valiosa da bolsa se juntarem para contrariar alguma decisão do majoritário, não terão votos o bastante para tanto.
Uma em cada cinco empresas da B3 são sem dono. Entre elas estão a BRF, a Embraer, a Localiza, a Ultrapar, a RaiaDrogasil e a própria B3, empresa que controla a bolsa.
Entre as cinco maiores empresas do país em valor de mercado (Petro, Vale, Itaú, Ambev e Bradesco), só a Vale é uma corporação de fato.
Nos EUA é diferente. Das cinco mais valiosas de lá (Apple, Microsoft, Amazon, Tesla e Alphabet/Google), todas são corporations, com ações severamente pulverizadas.
Jeff Bezos, por exemplo, tem “só” 11% das ações da Amazon. Elon Musk, 5% da Tesla. Tim Cook, 0,02% da Apple.