Nos últimos três anos, um fenômeno foi registrado nos EUA e no Brasil: centenas de milhares de trabalhadores pedindo demissão e trocando de empregos. Foi o que se chamou “Grande Resignação”.
Nos últimos meses, o movimento perdeu forças, com os níveis de demissões voluntárias voltando ao normal pré-pandêmico nos EUA. Mas isso não significa que o desejo de trocar de empregos sumiu.
Uma pesquisa do LinkedIn no começo do ano descobriu que 61% dos trabalhadores americanos estavam considerando deixar seus empregos em 2023.
E o componente geracional é nítido: 72% dos membros da geração Z e 66% dos millennials responderam que consideravam uma guinada na carreira, contra 55% da geração X.
O fenômeno é tão claro que, mais uma vez, foi criado um termo para descrevê-lo: “grumpy staying”.
Significa algo como “ficando (no emprego), mas de mau humor”. Ou seja: trabalhadores só não pedem demissão por falta de opção; a vontade de sair está lá.
Isso não é novo. Uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half detectou que 91% dos entrevistados já haviam permanecido no emprego mesmo se sentindo insatisfeitos.
Por outro lado, há um componente de fato inédito na forma atual do fenômeno. O grumpy staying não é silencioso.
As novas gerações fazem questão de falar abertamente que não estão satisfeitas, e questionam em massa os modelos de trabalho.
Deixam bem claro que, se as exigências não forem atendidas, podem pular da empresa sem remorso.