O QUE É ANARCO-CAPITALISMO?

ECONOMIA

Javier Milei, protagonista da eleição presidencial na Argentina, se declara um anarcocapitalista – posição que defende uma sociedade totalmente regulada pelo mercado, não pelo Estado. 

“O Estado é uma organização criminosa que vive de uma fonte coercitiva de renda chamada impostos”, diz. É o resumo perfeito do pensamento anarcocapitalista: imposto é roubo e o Estado é ilegítimo. 

Na economia, é comum que diferentes correntes discutam qual deve ser o é a dose ideal de intervenção do Estado diante os ciclos econômicos (períodos de expansão e contração).

A linha de pensamento mais anti-Estado é a dos libertários do século 18. Eles propõem a intervenção mínima do Estado não apenas na economia, mas em todas as esferas da vida dos cidadãos. 

Para eles, o governo só deve existir para oferecer bens públicos essenciais – justiça e segurança. O resto deve ser fornecido por agentes privados, e regulado pela lei da oferta e da procura. 

O anarcocapitalismo é a versão mais extrema desse pensamento. Os ancaps defendem a abolição do Estado e que toda a sociedade passe a ser regulada por acordos individuais entre pessoas e empresas. 

Na economia, Milei usa do argumento para atacar o “Estado de bem-estar social” – em que o governo fornece serviços públicos aos seus cidadãos. 

Segundo o político, o modelo seria ineficiente porque transferiria os custos de escolhas individuais para o coletivo. Nas palavras do ditado popular brasileiro: daria o peixe sem ensinar a pescar. 

Professor de História do Pensamento Econômico da FGV, Thales Zamberlan explica que o anarcocapitalismo não é bem uma corrente de pensamento econômico. 

“É uma forma de combinar conceitos do anarquismo, uma filosofia política, com políticas econômicas libertárias”, diz o professor.

vocesa.com.br

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