Antes da pandemia popularizar o home office, poucos estudos haviam mergulhado de fato nos efeitos do modelo remoto de trabalho sobre a produtividade dos funcionários.
Algumas pesquisas partiam de questionários – mas eram limitadas. Baseavam-se na autopercepção dos profissionais, que não é uma métrica tão confiável para esse tipo de análise.
O tipo de estudo ideal seria comparar trabalhadores da mesma empresa, na mesma função, que atuassem nos dois modelos, ou pessoas que mudaram o regime de trabalho, mas seguiram com as mesmas tarefas.
Um artigo de 2013 se tornou a maior referência do tipo. O estudo acompanhou trabalhadores de um call center de uma agência de viagens chinesa por nove meses.
E a conclusão foi de que quem trabalhava de casa tinha uma performance 13% maior do que os colegas no escritório.
Mas os resultados não mostram que os trabalhadores remotos são 13% mais produtivos, como muita gente interpretou (erroneamente).
Da melhora de 14% medida, 9% foram resultados de mais minutos trabalhados no dia, e não de um uso mais eficiente do tempo, que é justamente o que difere os termos “produção” e “produtividade”.
Um estudo recente, do MIT, comparou a performance de trabalhadores de uma empresa indiana, divididos aleatoriamente entre os dois regimes. Quem fazia home office foi 18% menos produtivo.
Um estudo de 2022 chegou a uma conclusão parecida. Pesquisadores analisaram trabalhadores do setor de TI de uma empresa indiana e observaram uma queda de 19% na produtividade no home office.
Outro experimento, desta vez do Fed de Nova York e com trabalhadores de um call center americano, também concluiu que o home office diminuía a produtividade – nesse caso, queda de 4%.
Há um ponto central, porém. A queda de produtividade acontece somente no modelo totalmente remoto; o híbrido, por sua vez, não representa uma diferença em relação ao totalmente presencial.