Enquanto o mercado se deixa seduzir pelo futuro da inteligência artificial, a Meta parece estar jogando para escanteio o que até pouco tempo era sua principal aposta: o metaverso.
Em uma carta aberta publicada no final de março, Mark Zuckerberg disse: “Nosso maior investimento individual é no avanço da inteligência artificial”. A menção ao metaverso só veio depois.
Surfando na fama colossal do ChatGPT, a empresa já apresentou o próprio modelo de linguagem, o LLaMA (Large Language Model Meta AI).
Ao mesmo tempo, vem realizando uma reestruturação para cortar gastos (e mais postos de trabalho) em meio à queda na receita com publicidade digital, sua maior fonte de dinheiro.
Os investidores compraram a ideia: as ações sobem mais de 70% neste começo de ano (mas isso depois do tombo de 65% em 2022).
Essa mudança de foco acontece 18 meses e alguns fracassos depois de o Facebook se metamorfosear em uma empresa focada em realidade virtual, em outubro de 2021.
A Meta investiu pesado para fazer o sonho acontecer. Entre 2021 e 2022, ela injetou US$ 23,8 bilhões no Reality Labs, sua divisão de realidade virtual.
Mas não rendeu. O Horizon Worlds, um videogame que tenta se aproximar da ideia de metaverso, virou chacota nas redes sociais por oferecer gráficos ruins e avatares sem perna.
Um documento vazado no fim do ano passado revelou que só 200 mil pessoas haviam acessado o jogo até aquela altura – o objetivo para o ano eram 500 mil. Poucas delas voltavam depois de um mês.