Nos últimos meses, empresas começaram a puxar os trabalhadores de volta para o escritório aos montes.
Muitas que tinham regime totalmente remoto migram para o híbrido; e as que já estavam nesse modelo pedem cada vez mais dias de trabalho presencial.
Em várias, o home office virou só mais um agrado de um único dia para os funcionários – em geral na sexta-feira, à la short fridays.
O fenômeno é visto com mais clareza entre as grandes multinacionais americanas, que ditam as tendências do universo do trabalho mundo afora.
A titânica gestora de fundos BlackRock, por exemplo, exigiu que, até setembro, todos os seus funcionários voltem a trabalhar ao menos quatro dias no escritório; antes, cobravam três dias.
Já bancões como Goldman Sachs e JP Morgan passaram a exigir a semana inteira no presencial, como Elon Musk faz em suas companhias.
As big techs também embarcaram nessa briga. Por enquanto, Amazon, Apple, Alphabet (do Google) e Meta (do Facebook) exigem três dias no escritório dos antigos funcionários.
Novas vagas dessas gigantes raramente aceitam o regime híbrido ou remoto. O Google foi além e disse que a mera presença no escritório será um dos critérios de avaliação de performance.
Talvez o caso que simbolize melhor seja o da Disney. A empresa do Mickey já havia começado a puxar a corda aos poucos – primeiro exigindo dois dias no presencial, depois três.
No começo do ano, subiu para quatro, e os funcionários não gostaram. Mais de 2.300 assinaram uma carta de protesto, pedindo para o CEO reconsiderar o pedido (até agora, ele não mudou de ideia).
O episódio ilustra a dificuldade das empresas em tentar convencer os funcionários a abandonar o home office após três anos vivenciando-o.
A estratégia mais comum tem sido essa: atrair os profissionais antigos aos poucos de volta para o escritório, mantendo um certo modelo híbrido, mas abrir novas vagas só para o trabalho presencial.