A Arm, uma fabricante de chips do Reino Unido, fez em setembro o que deve ser o maior IPO dos Estados Unidos este ano.
A companhia é dona dos processadores Advanced RISC Machines (daí o ARM), chips com uma estrutura mais simples do que aquelas usadas em CPUs de computadores.
Por isso, seus produtos são parte de praticamente todos os smartphones e tablets modernos. Além de produzi-la, a Arm licencia a tecnologia para empresas concorrentes, como Intel e AMD.
Entre seus clientes estão as maiores techs do mundo: Apple, Amazon, Alphabet, Meta e Nvidia.
A Nvidia é, inclusive, parceira da Arm, que também tem avançado em CPUs e GPUs mais complexas para executar trabalhos de inteligência artificial.
Surfando na onda da IA, o IPO foi um sucesso. As ações saíram por US$ 51 cada, levantando US$ 4,87 bilhões e colocando a empresa com um valor de mercado de US$ 54,5 bi.
Um dia após o IPO, as ações da Arm bombaram: alta de mais de 20%.
A entrada na bolsa acontece em um momento oportuno: o entusiasmo com o mundo das IAs já fez o índice Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, saltar 35% neste ano.
A Nvidia é a grande estrela da vez: no ano, suas ações escalam 240%. No passado, a empresa se consolidou como líder no mercado de processadores para jogos de videogame.
Recentemente, ela ganhou uma nova frente de atuação: suas GPUs são as melhores do mercado para treinar softwares de inteligência artificial.
Nos EUA, o mercado de aberturas de capital anda fraco, mas não inerte como o brasileiro. Até essa altura de 2023, foram realizados 104 IPOs, uma queda de 30% em relação ao mesmo período de 2022.