A Novo Nordisk (N1VO34), da Dinamarca, conseguiu um feito impressionante: desbancou a suíça Nestlé e se tornou a segunda maior empresa europeia, atrás apenas da LVMH, dona da Louis Vuitton.
No fim de maio, a companhia era avaliada em 2,55 trilhões de coroas dinamarquesas (ou US$ 375 bilhões), versus US$ 330 bi da Nestlé. A LVMH alcança US$ 420 bi.
O fenômeno é uma cortesia da molécula semaglutida, convertida em viral de redes sociais. A droga injetável, cujo nome comercial é Ozempic, foi desenvolvida para o tratamento da diabetes tipo 2.
Logo as pessoas entenderam que ela funcionava como um emagrecedor potente. E com o problema de que esse é um uso off-label, fora da recomendação da bula.
Então, a Novo Nordisk correu e elaborou o Wegovy, destinado ao tratamento de obesidade e sobrepeso (e ainda mais potente).
No campo da saúde, o debate é extenso, por causa dos efeitos colaterais e do alto custo (o medicamento deve ser usado a vida toda).
Nada disso impediu uma corrida global às farmácias. Só no 1ºtri, as vendas de remédios da dinamarquesa para diabetes cresceram 33%, enquanto a turma do Wegovy disparou 134%.
As ações da empresa voaram. Do vale mais recente, em outubro de 2022, a subida é de 70%. Desde que a molécula viral recebeu o primeiro aval do FDA (a Anvisa dos EUA), em 2017, são 365% de valorização.
A disparada da Novo Nordisk lembra outro movimento. Lá em 2020 e 2021, farmacêuticas como Pfizer e Biontech viraram sensação na bolsa à medida que desenvolviam as vacinas contra a Covid.
Controlada a pandemia, as vendas de vacinas encolheram. E mais fabricantes foram entrando no esquema, estabilizando os preços. O mesmo tende a acontecer com a Novo Nordisk.