Um estudo concluiu que funcionários reagem pior a pedidos de trabalho extra feitos por chefes mulheres – e tendem a negá-los com mais frequência do que quando são feitos por homens.
A pesquisa foi feita com dados de 250 mil funcionários de startups fundadas em Portugal entre 2002 e 2012. O objetivo era investigar se empregados de empresas lideradas por mulheres trabalhavam menos.
Resultado: as jornadas de trabalho são praticamente idênticas entre startups com líderes homens e mulheres, com uma diferença de apenas 1% de labuta a menos nas firmas encabeçadas por elas.
Quando a métrica foi hora extra, porém, as coisas mudaram de figura. Os funcionários faziam, em média, 1,4 hora extra a menos por mês em empresas chefiadas por mulheres.
No cômputo final, a oferta de trabalho nas startups delas é 7% menor – um percentual que, argumentam os autores, é suficiente para prejudicar o desempenho da empresa.
Para tentar entender de onde vinha essa diferença, os cientistas partiram para um experimento prático: criaram uma empresa fictícia e contrataram pessoas para “freelar” nela de forma online.
Era uma tarefa simplória, que envolvia contar a quantidade de pessoas em fotos aleatórias e escrever breves legendas para descrevê-las. Não durava mais do que alguns minutos.
Quando os participantes terminavam a missão, porém, eram convidados a trabalhar mais um pouquinho nas tarefas, sem pagamento adicional.
Os pesquisadores, então, observaram que os freelancers viam menos autoridade nas mulheres e, portanto, se sentiam mais livres para negar trabalho extra.
Com homens, porém, eles se sentiam mais pressionados a atender o pedido, ainda que não houvesse pressão de fato.