O “ordinária”, de ON, não é pejorativo. Significa “comum”. O normal numa ação é ela oferecer duas coisas: uma fatia dos lucros que a empresa produz e direito de voto nas assembleias de acionistas.
A PN, então, seria “anormal”, certo? Certo. As ações “preferenciais” só dão direito a uma dessas benesses: a parte do dinheiro. Nada de voto.
Para entender isso direito, é preciso examinar melhor o que é uma ação. Uma ação é uma parte de uma empresa.
Vamos dizer que você tenha uma companhia e queira dinheiro para ampliar o negócio. Um jeito de levantar grana é vender partes da sua empresa no mercado.
Você deixa de ser o único dono da sua empresa. Mas ok: casos outros acionistas, mesmo juntos, tenham menos direito a voto que você, você segue no controle.
Só tem um problema: caso você venda mais das suas ações para levantar dinheiro, perde o poder que tinha.
Para evitar esse tipo de dissabor, e levantar ainda mais dinheiro, dá para vender ações PN e manter o seu controle intacto.
E que vantagem Maria leva ao comprar uma ação PN? Tradicionalmente, uma fatia maior dos dividendos.
A divisão entre ONs e PNs é antiga (começou nos EUA do século 19), mas tem caído em desuso.
Hoje a maior parte das grandes companhias só lança ações ON mesmo – o mercado tende a considerá-las mais transparentes, já que muitas vezes elas não têm um controlador único.
Das 87 empresas que fazem parte do Ibovespa, o clube das mais negociadas do país, 60 são feitas 100% de ações ON.