A história da síndrome de Burnout

CARREIRA

O termo “burnout” foi criado pelo psicólogo Herbert J. Freudenberger. Nascido na Alemanha em 1926, fugiu para Nova York quando os nazistas ascenderam ao poder em 1933. Lá, se formou em psicologia.

Ele fundou a primeira “free clinic” de NY. Esse tipo de consultório atende, gratuitamente, pessoas em situação de vulnerabilidade social, como moradores de rua e usuários de drogas pesadas.

Freudenberger conciliava o trabalho voluntário com os atendimentos em seu consultório, que lhe tomavam 10 horas por dia. Mesmo assim, fazia a dupla jornada todas as noites, de segunda a sexta.

Não demorou para ficar claro que essa rotina não era nada saudável. Ele se sentia exausto, apático, e outros voluntários da clínica também.

Para nomear o fenômeno, ele emprestou uma gíria que era usada por seus próprios pacientes para descrever a sensação devastadora que o abuso de drogas deixa: burnout.

Do verbo to burn, “queimar”. Em português, significa “esgotamento”. Assim como um fósforo que queimou até o final, os dependentes químicos se sentiam exauridos.

Freudenberger então começou a procurar pelo que chamava de “burnout ocupacional”. E onde olhava, encontrava. Médicos, enfermeiros, policiais, professores, bibliotecários… o problema era generalizado.

Antes, a medicina já tinha o termo “neurastenia” para descrever quadros de exaustão emocional, muitas vezes ligados a jornadas de trabalho excessivas. 

Acontece que a neurastenia era um termo guarda-chuva, usado para diagnosticar qualquer quadro de cansaço ou tristeza, independentemente da origem do problema.

Outra pesquisadora importante do tema foi Christina Maslach, da Universidade da Califórnia. Ela produziu diversos estudos sobre a síndrome da década de 1970 em diante.

E até hoje é a maior autoridade no assunto, uma espécie de Buda do burnout. Sua definição foi usada pela OMS nas suas novas diretrizes.

vocesa.com.br

Veja essa e outras matérias em