IPCA na terça e inflação dos EUA na quarta ditam os rumos da semana – e do semestre
Para o Brasil, expectativa é que role a maior deflação da história do real: -0,6%. Para os EUA, de que a alta siga perto dos 9%, sem dar trégua para o Fed.
Começa uma semana definidora para o mercado. Na terça, sai o IPCA de julho. Na quarta, a inflação dos EUA. Ambos os dados vão determinar o que acontece com as taxas de juros, e com a bolsa, semestre adentro.
Por aqui, espera-se que os cortes nos impostos dos combustíveis e da energia elétrica, mais as reduções dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias da Petrobras, levem a uma deflação histórica.
Histórica mesmo. Se vier em linha com a mediana das projeções dos analistas, -0,66%, será a maior da história do real. A última vez em que tivemos deflação foi em março e abril de 2020, com a economia travada pelos lockdowns do início da pandemia: respectivamente, -0,38% e -0,31%.
Em condições normais de temperatura e pressão, a última inflação negativa rolou em setembro de 2019: – 0,04%. E o recorde já tem 24 anos: -0,52%, em agosto de 1998. Se tivermos mesmo uma deflação relevante em julho, a chance de que haja um novo aumento na Selic na próxima reunião do Copom, em setembro, cai para perto de zero.
Também na terça sai a ata da última reunião, a da semana passada. Ali, o Comitê de Política Monetária vai explicar melhor seus planos para o fim do ciclo de alta – que, se realmente vier, aumentará o apetite por ativos de renda variável.
Lá fora, espera-se um mais do mesmo. A inflação em 12 meses nos EUA está em 9,1% – a maior em 40 anos. E a mediana das previsões aponta para 8,7%. Some isso aos dados de emprego, que mostram uma economia forte nos EUA, e temos que a porteira está aberta para o Fed seguir firme com as altas nos juros de lá.
Este texto foi publicado originalmente como parte da newsletter Abertura de Mercado