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Ibovespa volta aos 100 mil pontos com commodities e China

Petrobras liderou as maiores altas no dia de eleição de seu novo presidente; Vale subiu 4,20% com valorização do minério de ferro.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 27 jun 2022, 18h33 - Publicado em 27 jun 2022, 18h04

Depois de quatro semanas de perdas, o Ibovespa abriu a semana ensaiando uma recuperação e tanto: alta de 2,12% nesta segunda-feira. O destaque ficou todo para as todas-poderosas do Ibovespa: Vale (+4,60%) e Petrobras (PETR3 +6,75%, PETR4 +6,43) – a primeira corresponde a 15% do índice, enquanto as ações da estatal somam 10% do Ibov.

O noticiário do dia foi positivo para as ações ligadas às commodities. No fim de semana, a China anunciou um relaxamento importante das medidas de restrição impostas no país há meses para conter o avanço da pandemia. A capital Pequim, por exemplo, vai retornar com suas aulas presenciais nesta semana. E Xangai declarou “vitória” contra a doença após os casos caírem drasticamente. Agora, restaurantes já podem servir refeições em seu interior (antes, as mesas tinham que ficar em lugares abertos).

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Em nível nacional, os novos casos da doença na China somam menos de 100 por semana há quase um mês. Das maiores cidades do país, só um distrito de Shenzen mantém restrições pesadas.

Nisso, o preço das commodities no mercado internacional subiram na expectativa de crescimento da demanda. O minério de ferro negociado em Qingdao, China, valorizou 

4,17% hoje, dando força aos papéis dos setores de mineração e siderurgia por aqui. Além da Vale, subiram CSN (3,10%), CSN Mineração (2,17%) e Bradespar (3,58%).

O preço do petróleo, que vive tempos instáveis, também subiu hoje: o Brent foi a US$ 110,98, alta de 1,72%. Além da Petrobras, se destacaram nas altas a 3R Petroleum (6,41%) e a Petrorio (5,29%).

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O noticiário do dia também foi movimentado para a Petrobras, com o Conselho de Administração da estatal elegendo Caio Mário Paes de Andrade como o novo presidente da empresa.

O novo presidente assume em um cenário delicado: Jair Bolsonaro e Arthur Lira já pressionam para que não haja novos reajustes no preço dos combustíveis nos próximos meses – pelo menos até a eleição, no caso de Bolsonaro. E a política de preços continua sob forte ameaça.

Segundo a ata do Comitê, Andrade negou ter recebido qualquer “orientação específica ou geral no sentido de alteração da política de preços praticados pela companhia”.

Na última quarta-feira, porém, Bolsonaro deu declarações no sentido contrário: “”Qual a ideia deste novo presidente da Petrobras? Obviamente ele vai trocar seus diretores, eu não posso ser eleito presidente, tomar posse e não trocar os ministros. E esses novos vão dar uma nova dinâmica, estudar a questão do PPI. Se for o caso, o próprio conselho muda a PPI”, disse.

De qualquer forma, o mercado decidiu deixar de lado as preocupações políticas nesta segunda-feira, e a forte alta das estrelas do Ibovespa levaram o índice de volta aos três dígitos (100.763), patamar que havia sido perdido no dia 17 de junho.

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A alta de hoje foi descolada dos EUA, onde o S&P 500 caiu 0,29% e o Nasdaq, 0,87%. Nenhuma novidade: seguem as preocupações com a inflação alta e o risco de recessão por lá. Na quinta-feira, saí o PCE, índice que pode apontar para os próximos passos do Fed no combate ao aumento de preços.

Até amanhã.

Maiores altas

Petrobras ON (PETR3): 6,75%

Petrobras PN (PETR4): 6,43%

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3R Petroleum (RRRP3): 6,41%

Eneva (ENEV3): 5,78%

Petrorio (PRIO3): 5,29%

Maiores baixas

Méliuz (CASH3): -5,56%

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IRB Brasil (IRBR3): -5,35%

Azul (AZUL4): -5,33%

CVC (CVCB3): -4,70%

Gol (GOLL4): -4,00%

Ibovespa: 2,12% aos 100.763 pontos

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Em Nova York

S&P 500: -0,29%, aos 3.900 pontos

Nasdaq: -0,87%, aos 11.506 pontos

Dow Jones: -0,19%, aos 31.439 pontos

Dólar: -0,35%, a R$ 5,2344

Petróleo

Brent: 1,72%, a US$ 110,98

WTI: 1,81%, a US$ 109,57

Minério de ferro: 4,17%, cotado a US$ 120,25 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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