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Fintech oferece direitos autorais de música a investidores comuns

Ativos assim, pouco ortodoxos, têm um adversário pesado: a alta nas taxas de juros.

Por Tássia Kastner
13 Maio 2022, 05h00

Além de dar play no Spotify, você pode ganhar dinheiro com hits da sofrência ou clássicos do axé. É assim que a Hurst Capital tem tentado emplacar no Brasil os investimentos em chamados ativos alternativos. 

A fintech compra direitos autorais de música e empacota na forma de um título, como se fosse um CDB de banco (mas sem qualquer tipo de garantia). O investidor ganha um cascalho pelos direitos autorais das composições – pagos por estabelecimentos comerciais, veículos de mídia e apps de música a cada execução. 

O rendimento mensal dessas operações vem sendo estimado em cerca de 18% ao ano, com prazo de quatro anos. Não há como resgatar o dinheiro antecipadamente, até porque isso depende da venda do catálogo ao fim da operação.

E aí mora o risco desse investimento. Além de contar com as reproduções, é preciso que essas músicas se valorizem ao longo do tempo. Só tem um detalhe: se o dono da composição decidiu vender o direito autoral, talvez isso signifique que nem ele acredite que sua música terá tantos ouvintes assim. 

Venda de direitos autorais é algo recorrente. Em 2020, Bob Dylan vendeu seu acervo à gravadora Universal por US$ 300 milhões. O de David Bowie foi para as mãos da Warner no começo deste ano por US$ 250 milhões.

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Além dos portfólios de música, Hurst vende investimentos em precatórios, imóveis, criptomoedas e obras de arte. Uma das operações em andamento é para lucrar com a venda de um quadro de Tomie Ohtake. 

A Hurst surgiu em 2017, quando o mundo vivia uma realidade de juros baixíssimos e o Brasil começava a flertar com uma Selic de um dígito só. Naquele cenário, fazia mais sentido diversificar os investimentos em busca de mais rentabilidade. Com a Selic ao redor de 12%, fica menos atrativo. 

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