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Vacinação nos EUA injeta confiança nos mercados, e dá uma força para Magalu e outros gigantes do varejo

No Brasil, mesmo com a bagunça federal, o ritmo não é ruim. Com 10% da população imunizada, estamos próximos da União Europeia (13%). Nos EUA, porém, já são 33%

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 8 abr 2021, 19h27 - Publicado em 8 abr 2021, 18h36

O ritmo da vacinação nos EUA aplicou uma dose de otimismo nos mercados hoje. A média móvel de vacinação nos últimos sete dias chegou a 3,03 milhões de injeções diárias. Ou seja: uma em cada cinco das 16 milhões de doses administradas no planeta vem dos EUA, onde um terço da população já tomou a primeira dose das vacinas da Pfizer ou da Moderna, ou a dose única do imunizante da Johnson´s.   

Esses números deram uma injeção de humor nas bolsas americanas, que respingou por aqui. O Índice Nasdaq, das empresas de tecnologia, subiu 1,03%. O S&P 500, das 500 maiores companhias dos EUA, 0,42%, nenhum grande absurdo, mas o bastante para marcar um novo recorde de pontuação no índice: 4.097 pontos. O Ibovespa acompanhou a maré positiva. Alta de 0,59%.

Nos EUA, acontece o seguinte. Na semana que vem começa a temporada de divulgação de balanços, com os resultados do primeiro trimestre de 2021. O lance é que as previsões sobre os lucros das empresas foram revisadas para cima, por conta da baixa recente nas mortes por Covid – que caíram da casa de 3 mil em fevereiro para pouco menos de 1 mil em março.

Com isso, agora não falta gente querendo aproveitar, e comprar ações antes da divulgação dos (provavelmente) bons resultados. O horizonte positivo que o ritmo das vacinações abre facilita na hora de os investidores decidirem pela compra de ações, e o mercado sobe. 

Os 8,28% da Magalu

No Brasil, você sabe, o ritmo é outro. Mas não chega a ser ruim. A média dos últimos 7 dias está em 685 mil doses por dia, e 10% da população recebeu a primeira dose da vacina. É um índice não muito distante do da União Europeia (13%).

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Como a vacinação foi o motor das valorizações de hoje, o Brasil não ficou de fora. E as ações do varejo, as que respondem mais rápido a expectativas para a economia como um todo, se recuperaram do baque de ontem. Magalu fechou como a segunda maior alta do dia, com 8,28%. Via Varejo e Pão de Açúcar também aparecem no top 5 (veja abaixo).

Os 8,80% da Embraer

A maior alta do dia ficou com a fabricante de aviões: 8,8%, a R$ 16,08.

Trata-se do maior valor para as ações da Embraer desde o início da pandemia. A empresa também sofreu no ano passado ao levar um pé na bunda da Boeing, que abandonou a brasileira no altar em abril de 2020, encerrando bruscamente a fusão que vinha construindo com ela desde 2018.

A empresa tende a ir bem quando os EUA vão bem, já que o país é, de longe, seu maior cliente. Mas hoje não foi só isso. Um site de finanças da Índia, o Money Control, informou hoje que uma aérea do país pretende comprar dezenas de jatos da empresa. Trata-se da Trujet, que pretende ampliar sua frota atual, de apenas sete tuboélices ATR, para algo perto de 100 jatos. O dinheiro virá do empresário Laxmi Prasad, que pretende transformar a Trujet numa grande aérea regional. A frota, de acordo com Laxmi, seria composta por aeronaves Embraer E2 e Airbus A220. Meio a meio.

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Caso a encomenda se confirme, será uma notícia bacana para a Embraer não só pelas vendas em si. Mas por haver uma empresa a fim de manter A220s e E2s na mesma frota. É que o A220 concorre diretamente com os aviões brasileiros, apesar de custar um pouco mais caro. É que ele tem mais alcance, o que permite conectar cidades e países mais distantes. Essa vantagem fez do A220 um sucesso de vendas, com 649 encomendas, e ofuscou a série E2 (175 encomendas do E-190 E2 e do E-195 E2), a das aeronaves de última geração da Embraer.

A iniciativa de Laxmi, porém, provaria a tese de que os aviões são complementares: A220 para voos mais longos, E2 (mais barato) para os mais curtos. A decisão pode inspirar outras companhias a fazer o mesmo, e mostrar-se vital para o futuro da Embraer na aviação comercial.

O céu de brigadeiro da empresa, porém, não é de hoje. Em fevereiro, o Grupo Lufthansa, o maior conglomerado de cias aéreas da Europa, afirmou estar em negociações com a Embraer, provavelmente para fazer uma renovação monstruosa em sua frota de aviões regionais.

E o fato é que, desde lá, as ações da joseense não param de subir. Foram 80% só em 2021. Talvez já dê até para dizer: baba, Boeing, baba. Olha o que você perdeu 😉  

Maiores altas

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Embraer: +8,80%

Magalu: +8,28%

YDUQS: +6,46%

Pão de Açúcar: +5,42%

Via Varejo: +4,96%

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Maiores baixas

Multiplan: -2,54%

Hapvida: -2,23%

Petrobras ON: -1,68%

Lojas Renner: -1,62%

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Braskem: -1,50%

Ibovespa: 0,59%, aos 118.313 pontos

Em NY:

S&P 500: +0,42%, a 4.097 pontos

Nasdaq: +1,03%, a 13.829 pontos 

Dow Jones: +0,17%, a 33.502 pontos

Dólar: -1,23%, a R$ 5,57

Petróleo

Brent: +0,06%, a US$ 63,20

WTI: -0,28%, a US$ 59,60

Minério de ferro: +0,31% no porto de Qingdao (China)

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