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Três perguntas para os criadores da Água na Caixa

Fabiana Tchalian e Rodrigo Gedankien defendem que as caixinhas são mais sustentáveis, e ainda apostam que clientes terão pena de jogar a embalagem fora.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 18 mar 2021, 11h51 - Publicado em 8 mar 2021, 08h00

Dá para criar uma startup para vender qualquer coisa, até água. Água na Caixa, para sermos precisos. É como foi chamada a empresa dos primos Fabiana Tchalian e Rodrigo Gedankien, que largaram suas carreiras em grandes empresas para empreender com o líquido incolor, insípido e inodoro.

A água deles é vendida em embalagens Tetra Pak. Faz uns anos que se compra água em garrafinhas PET, eventualmente de vidro e, mais recentemente, em lata. Plástico anda fora de moda, então eles decidiram apostar nas caixinhas de papel, mais recicláveis que outros contêineres de líquidos.

Água na caixa não é uma coisa dos anos 20 do século 2021. Fabiana comprou sua primeira em 2012, nos EUA. Foi quando começou a matutar a ideia de trazer o produto para o Brasil. O projeto começou mesmo há cerca de dois anos, com a busca de sócios, uma fonte de água e o desenvolvimento da embalagem com a gigante dos cartonados. Agora, querem atrair clientes preocupados com o lixo que produzem e que estariam dispostos a pagar um pouco mais, claro. Cada caixinha de 500 ml sai por R$ 5,60 na Amazon.

  1. Por que água na caixa?
    A caixa é a melhor solução do ponto de vista sustentável. Ela é 82% matéria-prima renovável, e a tampa é de plástico verde. Reciclagem é só o final da cadeia. As indústrias (de plástico e lata) falam da reciclagem porque é o que elas podem fazer. A gente também pensou em um design da caixinha que as pessoas tivessem dó de jogar no lixo. Dizemos que ela é renovável, reutilizável e reciclável.
  2. Como foi o processo de colocar o negócio de pé e atrair investidores?
    Foi um desafio. A gente veio do mundo corporativo e decidiu empreender nesse mercado de grandes empresas de bebidas. Precisamos explicar aos investidores por que caixinha e por que agora. O negócio de água no Brasil é de margens apertadas, são marcas de combate que vivem brigando por espaço. Elas têm a impressão de que negócio de água não dá dinheiro. Captamos R$ 3 milhões e esse valor foi para capital de giro e investimentos em comunicação.
  3. Como competir com as gigantes de bebidas nos restaurantes, ainda mais com a pandemia?
    Em algum momento a gente vai voltar a sair e consumir almoços, jantares, cafés, e nesse momento o nosso trabalho é para que a gente esteja lá. Os clientes [restaurantes] da Água na Caixa são empresas que oferecem experiência para seu consumidor e preferem um produto de maior valor. E também negócios que precisam estar ligados à sustentabilidade. A explosão do conceito de ESG não é por acaso. A demanda por isso está aumentando. E a gente também está no supermercado, mas a ideia é que a água na caixa seja uma alternativa para fora de casa. Dentro de casa, um filtro resolve. E é o mais sustentável.
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