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Brasil desponta no mercado da internet das coisas

O setor deve movimentar mais de 30 bilhões de dólares na América Latina até 2023 e já tem grandes oportunidades para profissionais e empreendedores

Por Fernanda Colavitti
Atualizado em 5 dez 2020, 20h53 - Publicado em 3 set 2020, 09h00

Mesmo em meio à crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus, uma área está em franca expansão: a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), rede de objetos físicos — “coisas” — incorporados a sensores, softwares e outras tecnologias, com o objetivo de conectar e trocar dados com dispositivos e sistemas pela internet. Segundo relatório da consultoria de análise de dados GlobalData, o mercado de IoT deve movimentar mais de 30 bilhões de dólares na América Latina até 2023.

E o Brasil desponta como um dos locais mais promissores para o segmento. O estudo Índice de Inteligência Empresarial 2019, realizado pela Zebra Technologies, mostrou que em 2019 o investimento médio das companhias brasileiras em novas tecnologias, como internet das coisas e plataformas de dados, foi de 6,1 milhões de dólares, 45% mais do que em 2018. Já o gasto médio global chegou a 6,4 milhões de dólares.

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Esse foi um dos motivos pelos quais a TNS, que atua em conectividade para meios de pagamento, escolheu o Brasil para ampliar sua atuação global. No ano passado, a empresa americana adquiriu a brasileira Link Solutions, especialista em conectividade para ferramentas de internet das coisas, com o objetivo de desenvolver novas soluções em áreas como indústria e rastreamento de veículos e ativos. Em julho deste ano, a TNS iniciou as operações com um escritório em São Paulo e outro em João Pessoa (PB).

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Dos cerca de 2 milhões de dispositivos conectados no mundo pela companhia, que atua em 19 nações, mais da metade está em terras brasileiras. “Faltava fornecer nossos produtos e serviços aos países da América Latina. E o Brasil é a melhor porta de entrada para a região, por ter um dos maiores potenciais de crescimento nessa área”, afirma Alexandro de Araújo, gerente da TNS na América Latina.

Não à toa, a empresa deve abrir 20 vagas para as áreas comercial, de atendimento e de engenharia. Segundo o executivo, para sobreviverem ao contexto atual de crise econômica, as organizações devem aumentar a produtividade e diminuir custos, algo que será mais facilmente atingido tornando as linhas de produção mais inteligentes por meio da IoT. “Essa é a grande oportunidade para companhias que oferecem soluções de conectividade”, afirma.

(Arte/VOCÊ S/A)

Não é ficção científica

A TNS pertence a um entre os vários segmentos de negócios no Brasil que já utilizam a IoT no dia a dia (veja quadro Vida Real). “Não se trata mais de uma tecnologia emergente. Passamos da fase da ficção científica para a fase pé no chão, de projetos reais, factíveis e com resultados”, diz Marco Righetti, diretor de arquitetura da tecnologia da Oracle para a América Latina.

O especialista se refere aos primórdios da IoT, no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. Nesse período, em que começamos a conviver com dispositivos cada vez menores e capazes de ser integrados a itens do dia a dia, como carros, relógios, roupas e geladeiras, a IoT era associada principalmente a cenários futuristas, como casas e veículos totalmente controlados por sensores (geladeiras que fazem compras, carros que não precisam de motorista para nada e helicópteros que voam sozinhos — o que ainda não é bem assim).

Mas não se tinha a dimensão do potencial de aplicação dessas soluções tecnológicas nos negócios e do seu impacto na economia e no mercado de trabalho. Hoje, a IoT deixou de ser hype e passou a ser estratégica para diferentes setores.

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(Arte/VOCÊ S/A)

Foi com isso em mente que os empresários paulistanos Sonaira San Pedro, de 36 anos, e Fernando Valente, de 42 anos, resolveram incluir a internet das coisas no escopo de trabalho de sua empresa. Fundada há cinco anos com o nome de Safira Telecom, o negócio, que nasceu com o objetivo de fazer a gestão dos recursos de telefonia de empresas, passou em 2019 a se chamar Safira Gestão de Mobilidade Corporativa, Telecom & TI.

“Estávamos muito focados na redução de custos, mas da noite para o dia as operadoras lançaram os planos ilimitados e precisamos nos reinventar. TI e IoT nos trouxeram oportunidades de escalar mais rapidamente o negócio”, diz Sonaira.

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A estratégia da empresa, que faturou 16 milhões de reais no ano passado, foi abraçar a IoT. Nesse contexto, a telefonia passou a ser a porta de entrada para oferecer aos clientes outros serviços, incluindo a análise de dados obtidos por meio de internet das coisas com o objetivo de alavancar resultados. Como exemplo, Sonaira cita a empresa de um cliente para a qual a Safira, além de fazer a gestão de telefonia, agora monitora os 150.000 eletroeletrônicos que estão espalhados por estabelecimentos de todo o Brasil (onde eles estão, se estão funcionando etc.).

“Usamos o chip para entregar a inteligência das coisas, pois, além de obtermos as informações, mostramos para o cliente a melhor maneira de utilizá-las”, afirma.

(Arte/VOCÊ S/A)

Máquinas x humanos

Para qualquer tipo de negócio, usar a IoT de forma estratégica significa tomar decisões por meio da análise de milhares de dados gerados pelos objetos conectados. E esse é um dos motivos pelos quais as previsões de que as máquinas iriam substituir os humanos não se concretizaram. Pelo contrário. Uma projeção feita pela empresa de telecomunicações Teleco indica que a IoT deverá gerar entre 1,9 milhões e 2,6 milhões de novos postos de trabalho diretos ou indiretos no Brasil até 2025.

(Arte/VOCÊ S/A)

As áreas mais promissoras, segundo Gabriel Martins, especialista em IoT e inteligência artificial, estão na indústria, no agronegócio e na saúde — com destaque para formados em engenharia ou ciência da computação. Para conseguir se estabelecer nesse mercado, além de ter conhecimentos técnicos (veja quadro Como se Preparar), os profissionais precisam saber trabalhar em equipes cada vez mais multidisciplinares e diversificadas, lembra Marco, da Oracle.

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“Para desenvolver um projeto de IoT na área de agronegócio, por exemplo, trabalhamos com times compostos de engenheiros, biólogos e até profissionais de outras empresas parceiras”, explica. Por isso, para se sair bem nessa área é preciso ir além da competência técnica em tecnologia e desenvolver atributos bem humanos, como colaboração e empatia.


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